Rio+20: apenas uma farsa publicitária

Editorial Correio da Cidadania

A Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, popularizada como Rio+20, e a exemplo de outras recentes cúpulas de viés ambientalista, não passa de uma forma de colonialismo.

Os países ricos, enquanto poluem o meio ambiente, destroem impiedosamente as florestas e causam a extinção de espécies animais, organizaram a reunião com a finalidade precípua de pressionar os países pobres para que estes se abstenham de utilizar os recursos naturais de seus territórios, a fim de proporcionar um padrão de consumo minimamente satisfatório às suas populações.

Muito aplaudido, o presidente boliviano Evo Morales, citando a sabedoria de Fidel Castro, declarou que “no sistema capitalista, não há como defender a natureza, pois, nesse regime, o objetivo principal da atividade econômica é o lucro, e a defesa da natureza implica necessariamente restrições ao lucro”.

Com efeito, somente numa sociedade em que o objetivo seja o bem estar de todos torna-se possível adotar um padrão de consumo ajustado à preservação da natureza, pois, somente neste tipo de sociedade, existem condições objetivas para que se forme uma cultura de respeito à natureza.

Várias centenas de pessoas, impedidas de entrar no recinto da conferência, protestaram. Fizeram muito bem. Numa reunião esvaziada pela ausência dos chefes de Estado das nações mais desenvolvidas, o que se viu foi uma sucessão de discursos desconexos e contraditórios, que não significaram compromisso efetivo de preservação, por parte dos governos participantes. Aliás, nem sequer uma declaração conjunta foi possível, sem esvaziá-la de qualquer conteúdo prático.

O único mérito dessa farsa publicitária foi ter possibilitado que o discurso de Evo Morales fosse amplamente divulgado em todo o mundo.

Enviada por José Carlos.

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