Agroecologia na Zona da Mata de Minas Gerais

Há 30 anos era uma ideia alternativa agroecológica de estudantes na Universidade Federal de Viçosa (MG), mas aos poucos o sonho foi se tornando realidade

Um grupo comprou um terreno em Viçosa para realizar experiências, começaram acampando e se mantendo com os recursos de um restaurante nas redondezas. Hoje o que era o grupo Alfa de ecologia é o Centro de Tecnologias Alternativas na Zona da Mata (CTAZM), referência para os agricultores e estudiosos em Minas Gerais e em todo o Brasil.

“Começou na universidade, principalmente com os estudantes de agronomia, junto com as CEBs e os sindicatos dos trabalhadores rurais que vinham se renovando após a ditadura. Eles convergiram na construção da agroecologia na zona da mata”, explica Irene Cardoso, professora Universidade Federal de Viçosa.

O objetivo era buscar uma alimentação mais saudável, sem o uso de veneno no solo. Primeiro começou num terreno para as pessoas visitarem e aprenderem novas técnicas de manejo da natureza, mas com o tempo perceberam que os agricultores detinham maior conhecimento local e passaram a realizar as experiências nos territórios dessas famílias priorizando o conhecimento nativo e o diálogo de saberes.

“Vimos que era a auto afirmação do agricultor junto com a academia. A Agroecologia junta o ambiente, o econômico, o social, o cultural e até os aspectos político e ético”, afirma Breno Silva, um dos fundadores do CTA.

A organização foi fundada em 1987 e hoje trabalha em toda a Zona da Mata. São quatro eixos que norteiam o projeto: transição agroecológica, empreendimentos de economia solidária, relações de gênero e participação das mulheres e educação e cultura ambiental com as crianças. O princípio é gerar a integração de sistemas vegetais com animais na propriedade agroecológica, utilizando adubo verde, dentre outros recursos naturais, em busca da diversidade da produção no território.

“O que o CTA fez foi levantar a autoestima do agricultor. Aproximou o doutor valorizando o conhecimento local. A técnica e a teoria avançam juntas agora”, afirma seu Nenem, agricultor de Araponga.

Com a troca de experiências a preservação ambiental é estimulada através do manejo adequado dos recursos necessários para a sustentabilidade dos agricultores. Hoje a dificuldade maior é escoar essa produção diversificada, que tem sido direcionada institucionalmente para a merenda escolar.

http://www.agroecologia.org.br/noticias/agroecologia-na-zona-da-mata-de-minas-gerais

Enviada por Denis Monteiro.

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