Formação destinada a lideranças negras busca qualificar ações para impactos no SUS e direito à saúde das mulheres negras

O primeiro dia da Atividade da formação “interseccionalidades de raça, gênero e geração nas Políticas Públicas e no Orçamento Público, com foco na saúde das mulheres negras”organizado pelo UNFPA e CRIOLA, que se estende até o dia 31 de março de 2012 em Brasília/DF, revela no término de seu primeiro dia, grandes expectativas, além de um rico e denso debate rumo a apropriação de novos conhecimentos. A formação destinada a lideranças negras das cinco regiões do Brasil, busca qualificar ações para impactos nas políticas públicas de saúde destinadas à população negra brasileira, em que pese o direito à saúde das mulheres negras.

O resgate coletivo do ativismo histórico das lutas sociais, sem perder o foco nas mulheres negras e na saúde, gerou a estruturação de uma linha do tempo dos marcos históricos significativos para as/os participantes. À frente desta dinâmica, estiveram Fernanda Lopes (UNFPA) e Lúcia Xavier (CRIOLA) que instigaram a identificação das/os várias/os sujeitos políticos que lutam pelos Direitos Humanos (sociais, políticos, econômicos, culturais entre outros).

Lúcia Xavier (CRIOLA), apropriando de uma metodologia didática de alcance a todas/os, com sensibilidade e respeito às diversidades físicas, sexuais, geracionais presentes na atividade, fez de sua exposição um poema de fácil assimilação, quando tratou da harmonização de conceitos e abordagens sobre a Construção dos Sujeitos Políticos e sobre Direitos Humanos. Abriu e aprofundou discussão em torno do conceito de Kimberle Crenshaw (criado no processo da Conferência de Durban 2001), onde o uso metodológico das interseccionalidades foi primeiramente apresentado, com o objetivo de refletir sobre o alcance dos direitos às diferentes mulheres no mundo.

O dia se encerrou com a apresentação de Alexandre Ciconello (INESP) que refletiu sobre o Plano Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais/PIDESC incluindo também o Ambiental. Segundo Alexandre “não da para se pensar Direitos Humanos no Brasil, sem pensar na dimensão racial e de gênero”.

O primeiro dia foi uma importante base, que sustentará as várias outras reflexões desta capacitação que se mostra extremamente promissora.

Texto: Juliano Pereira

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