Nota Pública das Pastorais Sociais da Bahia e Sergipe sobre a situação do Quilombo Rio dos Macacos e Tororó

As Pastorais Sociais do Regional Nordeste III – Bahia e Sergipe -, reunidas no último domingo, 04/03, se solidarizaram com a comunidade quilombola Rio dos Macacos, ameaçada de perder seu território para a Marinha do Brasil. No encontro, refletiram sobre a situação de sofrimento e as constantes ameaças vividas pelos moradores do Quilombo Rio dos Macacos e Tororó, apesar das garantias de que a reintegração de posse em favor da Marinha ficaria suspensa por cinco meses, expressadas na audiência pública realizada no dia 27 de fevereiro de 2012, com a presença do representante da Secretaria Geral da Presidência da República. Em nota, as Pastorais Sociais repudiam os atos de intimidação e agressão contra os quilombolas. Confira! CPPBA.

“Para Sr.Dr. Diogo Santana, representante da Secretaria Geral da Presidência da República; para o representante da Marinha do Brasil; para o Sr. Governador do Estado da Bahia; para a CNBB Nacional; para a opinião pública

Nós, representantes das Pastorais Sociais do Regional Nordeste III – Bahia e Sergipe, tomamos conhecimento do sofrimento e das ameaças que vêm recebendo os quilombolas moradores do Quilombo Rio dos Macacos e Tororó, apesar das garantias expressadas na reunião que aconteceu no dia 27 de fevereiro de 2012, com a presença do representante da Secretaria Geral da Presidência da República.

Por meio desta, queremos expressar, para as autoridades e para a opinião pública, nosso repúdio aos constantes atos de intimidação e agressão como os que ocorreram na noite deste último sábado, 3 de março, véspera da execução adiada da expulsão, quando, tratores da Marinha do Brasil e policiais militares cercaram e ameaçaram a casa de alguns moradores do Quilombo, como os jornais publicaram e fontes fidedignas nos noticiaram nesta manhã de domingo, em que nós estávamos reunidos.

Expressamos nosso irrestrito apoio aos quilombolas quando exigem o direito à permanência em suas terras e estão alertados, não aceitando que, após vários prazos, tudo seja configurado para que eles aceitem uma chamada “retirada pacifica”. O estado brasileiro, baiano e toda a sociedade têm uma grande dívida a pagar com estes moradores e o primeiro passo é deixá-los viver em paz em suas terras podendo cultivar e criar seus animais.

Aproveitamos esta oportunidade em que estamos aprofundando o sentido da 5ª Semana Social Brasileira, a ser realizada ao longo deste ano e do próximo, para apelar à instancia nacional da CNBB Nacional, para que, tomando conhecimento desta situação lamentável que nossos irmãos estão vivendo, possa contribuir junto às autoridades para que não seja levada a cabo mais uma injustiça gritante, com a expulsão das famílias de Rio dos Macacos e Tororó, um território onde eles vivem e labutam, há mais de 100 anos.

Coordenadores (as) das Pastorais Sociais do Regional Nordeste III – Bahia e Sergipe”

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