Governo cria “Força de paz” para reforçar segurança em Itaju do Colônia

Patrícia França e Joá Souza

O governador Jaques Wagner (PT) determinou, ontem, a criação de uma “Força de paz” para reforçar a segurança na região de Itaju do Colônia (a 95 quilômetros de Itabuna), no sul da Bahia, onde 46 propriedades rurais já foram ocupadas, desde o início do ano, por integrantes da Tribo Pataxó hã-hã-hãe. A medida visa evitar que o acirramento dos ânimos resulte em mortes, já que índios estão armados com rifles e revólveres.

Wagner também entrou em contato com o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, e com o ministro da Justiça, Eduardo Cardozo, para eventual envio de um destacamento da Força Nacional de Segurança à região, bem como o reforço de prepostos da Polícia Federal.

A decisão do governador foi tomada após telefonema do vice Otto Alencar (PSD), informando que fazendeiros, que se dizem donos das propriedades, estão sofrendo ameaças dos indígenas e tendo que entregar as terras.

Ocupação total – As ocupações das fazendas começaram em janeiro e se intensificaram na véspera do Carnaval. Segundo o representante da Funai em Pau Brasil, Wilson de Jesus Souza, já não há mais nenhum proprietário nas áreas rurais localizadas entre o município e Itaju.

Ontem, na região de Alegria, o fazendeiro João Sobral resistiu à invasão com homens armados. Os indígenas recuaram, mas depois retornaram à ação. A segunda tentativa de tomada da propriedade, informou o representante da Funai, mobilizou toda a comunidade da Terra Indígena Caramuru Paraguaçu, num total de 920 famílias.

Um agricultor revelou que o medo da violência levou uma grande quantidade de trabalhadores a fugir. Administradores das fazendas Pancadinha e Mandacaru registraram notícia-crime na Delegacia da Polícia Federal, em Ilhéus, depois que 50 índios invadiram as propriedades e expulsaram os vaqueiros.

O motivo do conflito é a disputa de uma área de terra de 54 mil hectares. Os indígenas tentam, na Justiça, a nulidade de títulos dados a fazendeiros, e que a Funai considera território indígena. A ação corre no Supremo Tribunal Federal (STF).

Preocupado com a situação, que já mobiliza lideranças políticas e produtores do sul da Bahia, o vice-governador Otto Alencar torce para que o conflito tenha rápida solução. “Minha expectativa é que a Justiça decida logo. O governo da Bahia não está tomando partido em favor de nenhum lado. Isso é com a Justiça. A nossa preocupação é que o conflito não redunde em derramamento de sangue”, assinalou Otto.

http://www.atarde.com.br/cidades/noticia.jsf?id=5813889&t=Governo+cria+

Enviada por Tatiana Dias Gomes.

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