“Histórias Cruzadas” retrata racismo no cotidiano do sul dos EUA

O drama pretende retratar questões, como opressão e racismo de forma intimista

Destaque entre as estreias desta sexta-feira (3), “Histórias Cruzadas” (The Help) é o segundo longa de Tate Taylor. O filme é baseado na obra literária de Kathryn Stockett e já ganhou quatro indicações ao Oscar, de Melhor Filme, Melhor Atriz para Viola Davis e Melhor Atriz Coadjuvante para Octavia Spencer. O elenco feminino de peso, incluindo várias gerações, também conta com Emma Stone, Bryce Dallas Howard, Allison Janney e Sissy Spacek.

Ambientada no Mississipi dos anos 1960, a trama mostra três diferentes mulheres que constroem improvável amizade devido a projeto literário secreto que abala as regras da sociedade. Skeeter (Emma Stone) acabou de terminar a faculdade e sonha ser escritora e jornalista. A jovem põe a cidade de cabeça para baixo quando decide pesquisar e entrevistar mulheres negras que sempre cuidaram das ‘famílias do sul’.

Apesar de infringir regras e padrões da sociedade vigente, Skeeter consegue o apoio de Aibileen (Viola Davis), governanta de um amigo, que conquista a confiança de outras mulheres que têm muito para contar. São mulheres negras totalmente segregadas da sociedade, que precisam se submeter a regras trabalhistas que não se distanciam da escravidão. Ao publicar tais histórias, ela poderá garantir um emprego em Nova York, mesmo que isso signifique fazer com que todas as pessoas da cidade encarem os ‘novos tempos’.

O drama pretende retratar questões, como opressão e racismo de forma intimista, impulsionada pela coragem daquelas mulheres que são duplamente a minoria discriminada no Sul dos EUA. Da aliança entre as mulheres, surge a irmandade, a coragem e a conscientização de que às vezes os limites existem para serem ultrapassados.

Tomates Verdes Fritos

Símbolo maior disso é a primeira empregada com a qual Skeeter conversa, Aibeleen, que arca com todo o trabalho de limpeza da casa e ainda assim não pode utilizar os mesmo talheres, pratos e banheiro que a família. Teve um filho que morreu jovem e agora cria a prole da patroa. Símbolo da dona de casa submissa ao marido é Hilly Holbrook (Bryce Dallas Howard). Ela desconta suas frustrações na empregada negra, cidadã de segunda classe até na legislação.

Pelos elementos racismo, autonomia feminina e Sul dos Estados Unidos, o filme segue a linha de “Tomates Verdes Fritos” e “A Cor Púrpura”, até pela força e intensidade das personagens femininas.

(Colaborou Nathália Blanco)

http://www.reporterdiario.com.br/Noticia/330219/historias-cruzadas-retrata-racismo-no-cotidiano-do-sul-dos-eua/

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