Audiência pública sobre educação superior indígena será dia 11 de novembro em Campo Grande

Ontem, dia 29, um grupo de acadêmicos indígenas que integram a coordenação do projeto Rede de Saberes, de Mato Grosso do Sul se reuniu com a assessoria do Deputado Estadual Pedro Kemp para discutir a organização de uma audiência pública, que terá como tema “Educação Superior Indígena no Mato Grosso do Sul”, que acontecerá no dia 11 de novembro, na Assembléia Legislativa de MS. A audiência será presidida pelo Deputado Pedro Kemp e contará com autoridades convidadas, entre as quais os reitores das universidades, lideranças indígenas, órgãos governamentais e não governamentais que atuam na questão indígena e acadêmicos índios.

Serão convidados para compor a mesa, representantes da Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação (Sesu/MEC), Fundação Nacional do Índio (Funai), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Secretaria de Estado de Educação (SED), Secretaria de Estado de Trabalho e Assistência Social (Setas), Ministério Público Federal (MPF) e representantes dos acadêmicos indígenas. Pretendem convidar, ainda, acadêmicos indígenas de São Paulo e Mato Grosso.

Com essa audiência os acadêmicos pretendem fortalecer e ampliar as discussões para a criação de uma política pública que atenda as necessidades de permanência do indígena nas universidades. Para tanto, convidam as autoridades à conhecer melhor a situação destes estudantes, pois segundo a acadêmica da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), Carolina Arnulfo, muito se fala sobre os benefícios que eles recebem, mas poucos sabem qual é a real situação de suas trajetórias nas universidades. “Depois da audiência nós pretendemos articular um movimento maior para conseguir fazer com que os órgãos capazes viabilizem essa política pública junto aos índios. Porque muitas vezes a política é pensada de cima para baixo e aí não funciona por falta de conhecimento sobre os indígenas”, afirmou a mesma representante indígena.

Carolina explicou ainda os principais problemas enfrentados. “Nós precisamos que sejam asseguradas soluções para dificuldades como moradia, alimentação e, até mesmo, de saúde, que os acadêmicos enfrentam quando saem de suas comunidades para estudar na cidade”. Segundo a acadêmica da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, do campus de Aquidauana (UFMS), Jussara Nimbú, os acadêmicos recebem determinado apoio de um projeto em Mato Grosso do Sul, mas os estudantes sabem que isso não é para sempre. “O Rede de Saberes é um projeto financiado pela Fundação Ford, que tem ajudado muito os acadêmicos no estado, mas ele tem prazo para acabar e os recursos não são suficientes para resolver os problemas”.

O acadêmico da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), Valdevino Cardoso, lembrou que está aumentando a presença indígena na universidade. “A demanda aumenta a cada ano e o recurso do projeto que nos ajudou até agora é muito limitado”, sustentou. Também participaram da reunião de hoje, os acadêmicos Marcelo Ribeiro Coelho, da UCDB e Ronildo Jorge, da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), além do bacharel Luiz Henrique e o coordenador do projeto Rede de Saberes, Antonio Brand.

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Caroline Maldonado
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