BA: O Rio Colônia e os Pataxó Hã-Hã-Hãe na luta pela sobrevivência

Por Blog Conselho de Cidadania

Há muitos anos a comunidade Indígena Pataxó Hã-Hã-Hãe da Aldeia Bahetá, localizada no município de Itajú do Colônia, no sul da Bahia, vem sofrendo com a falta de água potável para o consumo humano. A água do Rio Colônia é utilizada pela comunidade para beber, o que vem causando uma serie de doenças, é utilizada também para lavar roupas, para cozinhar e tomar banho. O Rio Colônia nasce na Serra de Ouricana no município de Itororó, passa por diversos municípios e fazendas se encontra com o Rio Salgado até formarem Rio Cachoeira, que corta o municpio de Itabuna que vai deságua no Oceano Atlântico em Ilhéus.

Neste percurso, principalmente nos municípios vários esgotos despejam seus dejetos sem nenhum tratamento, nas fazendas são os agrotóxicos que agridem o já combalido Rio, alem é claro do intenso desmatamento provocado as suas margens e na sua nascente.

A Comunidade Pataxó Hã-Hã-Hãe sempre sobreviveu da vida do Colônia, através da pesca, e do uso limpo de suas águas, lembram com saudade de quando o Rio era um gigante de águas caudalosas que “ninguém conseguia atravessá-lo a nado”.

A situação caótica do Rio Colônia aos longos dos anos vem sendo denunciada pelos índios, mas infelizmente sem nenhuma providência. No último dia 15 de setembro de 2011, atendendo a um apelo da comunidade, e uma denúncia protocolada junto ao Ministério Público por uma caravana formada pelo Procurador da Republica de Ilhéus, Eduardo El Hage, Antonio Mello, técnico do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos – INEMA, Thiago Edson, Técnico do INEMA, André Nascimento, técnico da Empresa Municipal de Águas e Saneamento de Itabuna – EMASA, Sheila Brasileiro da Associação Nacional de Ação Indigenista – ANAI, Francisco Paes, Coordenador Regional da Fundação Nacional do Índio  – FUNAI, Jovanildo Vieira dos Santos, Chefe da CTL de Itororó, Wilson de Jesus, Chefe da CTL de Pau Brasil, Luiz Ferreira dos Santos, Cacique da Aldeia Panelão em Camacan e Ilsa Rodrigues Cacique da Aldeia Caramuru em Pau Brasil.

A caravana cumpre uma decisão da Justiça Federal de Ilhéus que enviou as autoridades e técnicos do INEMA e EMASA para averiguar a real a situação da água do rio Colônia consumida pela Comunidade Indígena da Aldeia Bahetá, atendendo assim as denuncias feitas pela comunidade por suas representações da AIHAB – Associação Indígena da Aldeia Bahetá e o Chefe da CTL de Itororó – BA.

Depois de uma reunião na Escola Municipal da Aldeia Bahetá onde foram expostas as várias situações sobre o problema da falta de água potável para o consumo humano das aldeias Bahetá e Caramuru, os técnicos e o Procurador seguiram para o rio Colônia a fins de coletar amostra d’água para analise do processo.

Vale salientar que a luta da comunidade Pataxó Hã-Hã-Hãe pela salvação do Rio Colônia e a melhoria de suas águas não só beneficiará a comunidade indígena, mas a toda população ribeirinha que também depende do Rio, e ate mesmo a população de Itabuna, que deve luta por melhorias significativas na qualidade dos afluentes do Rio Cachoeira, portanto a luta dos Hã-Hã-Hãe não é só deles, mas de todos nós.

http://www.cptba.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=695:o-rio-colonia-e-os-pataxo-ha-ha-hae-na-luta-pela-sobrevivencia-&catid=8:noticias-recentes&Itemid=6


 

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