Ambientalistas são presos acusados de tentar impedir desmatamento

Jeane Freitas, Jornalista da Adital

12 ambientalistas da cidade de Talanga, departamento de Francisco Morazán, Valle de Siria, em Honduras, foram presos ontem (2), pelo ato de protejer o bosque da cidade e o desmatamento na região conhecida como “Morro da Torre”. Carlos Amador e Marlón Hernandéz, do Comitê Ambientalista local receberam mandado de prisão do fiscal do Ministério Público, René Montalván.

Mesmo com as provas apresentadas pela advogada Kenia Oliva, do Comitê de Familiares de Detidos Desaparecidos em Honduras (Cofadeh) para defender os ambientalistas e mostrar que não estavam envolvidos no caso, a prisão foi decretada.

O juiz encarregado do caso, não aceitou nenhum argumento feito na defesa dos ambientalistas, deixando em dúvida a igualdade de justiça no caso, e causando estranheza para comunidade por se mostrar conivente com a família de fazendeiros que estão desmatando a localidade.

O Cofadeh e a Procuradoria Geral apresentaram queixa contra o procurador René Montalván acusado de apresentar provas tendenciosas a favor da família Urrita, que foram suas testemunhas no caso.

Toda essa polêmica deu-se início em abril de 2010, quando homens armados com motosserras subiram na serra “La Torrecita” para derrubar as árvores. Cerca de 700 pessoas da comunidade decidiram impedir a ação, dos quais estão sendo acusados os ambientalistas.

Os defensores ambientais presos estão sendo acusados de participar deste ato e terão que provar que não estavam presentes. A advogada Kenia Oliva entrou com ação para esclarecer que os acusados não estavam na data do ocorrido e também para denunciar que o plano de gestão implantado pela família Raudales Urrutia, que explora a área, é ilegal.

A maioria dos acusados mora na Aldeia El Terrero e El Porvenir, e segundo reclamações da comunidade, os moradores foram acusados de estar fortemente armados com paus e facões, quando na verdade, os empregados dos fazendeiros é que intimidaram a população com suas armas.

Policiais e Agentes do Departamento Nacional de Investigação Criminal (DNIC) de Talanga publicaram uma lista de 19 pessoas com um mandado de prisão acusando os ecologistas de “obstrução de plano de manejo”.

Diante da situação de indefesa que se encontram os ambientalistas da região, a Cofadeh pede “ações urgentes para a comunidade nacional e internacional exigir que o Estado de Honduras tome as medias necessárias e mecanismos efetivos para garantir a liberdade pessoal, o devido processo e o exercício de defesa dos direitos humanos de Carlos Danilo Amador, Marlon Hernández, Juan Ángel Reconco e demais membros do Comitê Ambientalista do Valle de Siria que foram processados, além de que seja suspenso todo ato de represália”.

Em solidariedade, cerca de 50 organizações do Canadá e Estados Unidos também solicitaram ao Estado de Honduras uma posição.

http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?boletim=1&lang=PT&cod=58968

 

Deixe um comentário

O comentário deve ter seu nome e sobrenome. O e-mail é necessário, mas não será publicado.