Sem Terra fazem mobilizações e alcançam conquistas em Atalaia

Cerca de 400 famílias de trabalhadores rurais que vivem na Zona Rural de Atalaia levaram às ruas suas reivindicações, já calejadas de negativas do Poder Público, na manhã desta segunda-feira (20/06).

A Associação de Moradores do Povoado Ouricuri e o MST bloquearam a BR-316 no município da Zona da Mata (a 70km de Maceió). A mobilização cobrou a conclusão de duas estradas e a regularização da distribuição de energia e gerou acordos com os órgãos responsáveis.

A Eletrobrás Distribuição Alagoas se comprometeu a apresentar na quarta-feira um plano de soluções para os problemas das diversas áreas de Reforma Agrária e da comunidade do Ouricuri em relação à rede elétrica. Postes caindo, falta de energia e a troca da rede monofásica para trifásica foram alguns dos pontos de diálogo entre trabalhadores e técnicos da empresa.

O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) convidou os trabalhadores para uma reunião na próxima quarta-feira (15/06) com a recém-nomeada superintendente do instituto, Lenilda Lima.

Na manhã desta terça-feira (21/06) uma comissão do MST e da Associação de Moradores será recebida pelo diretor do Departamento de Estradas e Rodagens (DER-AL), Marcos Vital, quando o órgão enviará uma equipe técnica ao local das obras inacabadas.

Os Sem Terra e os pequenos agricultores bloquearam a BR-316 em três pontos durante mais de seis horas, próximo ao posto da Polícia Rodoviária Federal e em frente ao acesso do Povoado Ouricuri.

Apenas ambulâncias e carros em socorro perfuravam o bloqueio, que gerou filas de carros e desvios pelo canavial. Muitos caminhões permaneceram o dia parados, ao som das palavras de ordem dos Sem Terra e da música popular que animava o grupo.

Todas as negociações com os órgãos do poder público foram mediadas pelo Centro de Gerenciamento de Crises, Direitos Humanos e Polícia Comunitária (CGCDHPC) da Polícia Militar.

Ao longo do dia, as representações da Eletrobrás Distribuição Alagoas e do Incra se revezaram em diálogo com os agricultores, que liberaram a estrada com os acordos firmados ao fim da tarde.

Tanto moradores do Povoado Ouricuri, como os que vivem nos assentamentos e acampamentos da região, ressaltaram a importância da unidade entre os que sofrem de problemas comuns: “ficamos mais fortes quando nos unimos”, disse um agricultor.

Para eles, a lição da solidariedade de classe foi aprendida. Viram como um anima o outro e a agenda de lutas da comunidade já têm os próximos passos definidos.

 

http://www.mst.org.br/node/12011

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