Cimi Regional Rondônia discute alternativas para o Bem Viver em Seminário Macro Regional

Reunidos desde segunda-feira, dia 13, cerca de 40 pessoas, entre indígenas, membros de movimentos sociais e missionários do Cimi, discutem sobre as alternativas para o Bem Viver frente ao atual modelo de desenvolvimento brasileiro. Os participantes do encontro vêm de diversas localidades, alguns do Acre, Amazonas, Roraima e Mato Grosso, Bolívia e do próprio estado de Rondônia, onde o evento acontece.

O encontro, que chegará ao fim na tarde de hoje, acontece na Casa de Formação das Irmãs Catequistas Franciscanas,em Porto Velho. Na assessoria do seminário estão o antropólogo e padre jesuíta Xavier Albó e Armengol Caballero, diretor da Oficina Regional do Centro de Investigación e Promoción del Campesinado (Cipca) Norte, da Bolívia. O evento conta ainda com participação de Iremar Antônio Ferreira, do Instituto Madeira Vivo.

 

O que motivou a vinda de participantes dessas diferentes regiões, pode alguém se perguntar. A resposta é simples: o desejo de se realizar um grande mutirão de reflexão sobre o Bem Viver, seus princípios, linhas de ação. Para iniciar os trabalhos com alegria e animados pela esperança de um outro mundo possível, os participantes tiveram um forte momento de mística, que ficou a cargo dos indígenas presentes.

Em seguida, dando abertura ao seminário, Iremar propôs um momento de análise de conjuntura, quando os desafios e resistências vivenciados por cada povo deveriam ser apontados a partir de cada regional, de cada área de atuação. O levantamento dessa realidade foi assustador. O mapa desenhado no quadro ficou absolutamente coberto pela indicação da construção de diversos empreendimentos, como pequenas centrais hidrelétricas e usinas hidrelétricas na região, além de hidrovias e estradas.

Empreendimentos como esses têm se alastrado por todo o território brasileiro, mas de forma assombrosa toma espaço e traz impactos às populações da região amazônica, como apontado em diversos encontros por indígenas, ribeirinhos e pequenos agricultores, que retiram da terra e das águas dos rios sua sobrevivência e de sua família.

Constatações comprovadas pelas falas dos assessores e convidados, nenhum questionamento apresentado. Os participantes sabem na prática e no dia-a-dia que de fato essa é a realidade que os cerca. Eles acompanharam ainda a partilha de experiências do Movimento de Atingidos por Barragens (MAB) na região, do Centro Burnier e também do Cimi, além dos relatos dos convidados da Bolívia.

Após esse primeiro momento de análise conjuntural, foi a vez dos povos indígenas ocuparem o espaço. Eles falaram de sua realidade e de sua forma de viver como alternativas ao modelo de desenvolvimento do país, um modelo capitalista neoliberal, que pretere os direitos humanos à vida ao acumulo de capital. Esse também foi o momento, de a partir das experiências, traçar caminhos para se alcançar o Bem Viver.

 

http://www.cimi.org.br/?system=news&action=read&id=5621&eid=355

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