Respeito ao índio foi tema de debate no III Seminário Indígena – História e Atualidade

Cartaz do encontro.

O Ministério Público do Paraná, por meio do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Proteção às Comunidades Indígenas, em parceria com o Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional, promoveu entre 4 e 6 de maio o III Seminário Indígena – História e Atualidade. O evento foi realizado na sede do MP-PR, no Centro Cívico, em Curitiba, com transmissão ao vivo via webcast, e teve como objetivo abordar questões indígenas no Paraná e no Brasil, ressaltando a inclusão social, a autossustentabilidade e o respeito à diversidade.

A abertura do evento, na quarta-feira (4), foi realizada pela coordenadora do CEAF, procuradora de Justiça Samia Saad Gallotti Bonavides, que representou o procurador-geral de Justiça na solenidade. Ela destacou que, dentro do contexto do Ministério Público Social, o MP-PR não pode deixar de abordar problemas e questões relacionados às comunidades indígenas de todo o país. “Hoje, os índios estão vivos, e essa é a grande contribuição que eles nos dão: continuar a existir”. O coordenador do CAOP de Proteção às Comunidades Indígenas, procurador de Justiça Luiz Eduardo Canto Bueno, lembrou que o Ministério Público do Paraná foi pioneiro na criação de um centro de apoio voltado para a área indígena. “A questão do índio abrange toda a população. Por isso a importância do tema e a necessidade de colocarmos a discussão na pauta de toda sociedade”, diz Bueno. “Para nós, profissionais da área jurídica, é fundamental não termos preconceito em lidar com essa matéria. Por isso a importância de encontros como esse, que nos dão a oportunidade de conhecer a cultura dessas pessoas, transmitida por elas mesmas. Esse contato é muito enriquecedor para o operador de Direito”, avalia.

A conferência inicial foi realizada pelo jornalista Washington Novaes, bacharel em Direito, colunista de jornais, consultor de jornalismo, documentarista e produtor independente de televisão. Lembrando Pierre Clastres, antropólogo francês que estudou comunidades indígenas, Novaes ressaltou em sua fala que a sociedade precisa mudar a visão que tem sobre essa população: passar a ver o que eles têm, e não apenas o que eles não têm, e a partir disso aprender a com a cultura deles. “Nós notamos que os índios não usam roupa, não trabalham nas mesmas coisas que o homem branco, mas que deixamos de apreciar questões importantes. Por exemplo: os índios não delegam poder. Os chefes são líderes culturais e espirituais, mas não possuem poder individual sobre os outros. As informações são abertas. O índio não reserva informação e a usa como instrumento de poder, ele compartilha com seus companheiros de aldeia”, afirma.

http://www.mp.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=1597&tit=MP-PR-promove-III-Seminario-Indigena-Historia-e-Atualidade

 

 

Deixe um comentário

O comentário deve ter seu nome e sobrenome. O e-mail é necessário, mas não será publicado.