Guaranis concluem encontro no Paraguai com demandas ancestrais

Imagen activaAmambay, Paraguai, 26 mar (Prensa Latina) – Os mais de mil 200 participantes ao II Encontro da Nação Guarani concluem hoje aqui com uma declaração final uma reunião de três dias na que reivindicaram seus direitos ancestrais. O  encontro começou na útima quinta-feira, e participam originários guaranis da Argentina, Brasil, Bolívia e Paraguai.

Nos dois primeiros dias do encontro foram debatidos temas como a Territorialidade, Autonomia e Autodeterminação e o livre trânsito da Nação guarani dentro do Mercado Comum do Sul (Mercosul). Abordaram também a criação de uma instância permanente da Nação guarani dentro desse bloco subregional.

Os representantes dos diferentes povos guaranis concluíram sobre o primeiro tema que o território “é o lugar onde viviam nossos avôs e não lhes faltava nada”, o espaço onde se articulam a biodiversidade, a cultura e espiritualidade. O território, disseram, “é a selva, a que amamos e nos sentimos protegidos, sem medo. É onde vivemos. É a América”, refere o documento ainda em discussão.

Sobre a lei e seu cumprimento concordaram em que para exigir o cumprimento das leis que os protegem, “os guaranis devemos buscar e consolidar a unidade baseada na espiritualidade e o direito próprio”. Precisamos ter uma só voz, disseram, e reconheceram que só assim, juntos, recuperarão o perdido.

Este II Encontro da Nação Guarani está marcado no programa comemorativo do Bicentenário da Independência e o vigésimo aniversário do Tratado de Assunção (26 de março de 1991), que deu origem ao Mercosul. Ao debater a respeito deste último aspecto, os originários consideraram que o reconhecimento político a esse mecanismo de integração regional se dará quando “deixem de nos considerar minoria étnica e nos reconheçam como povo, como Nação”. Quando reconheçam que existimos como povo antes de que se constituísse o Estado, destacaram.

Participantes na reunião disseram à Prensa Latina que na declaração final, cuja última versão será aprovada hoje, os originários guaranis exigem o respeito à autonomia e a livre determinação de seus povos. Da mesma maneira, demandam a proteção dos recursos naturais, em especial o Aquífero Guarani, ao fazer parte “do subsolo da territorialidade de nossos povos, que abarcam Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai”.

O encerramento do II Encontro da Nação Guarani está previsto para as 15:00 horas, com a presença confirmada do presidente paraguaio, Fernando Lugo, e de outras autoridades.

http://www.prensa-latina.cu/index.php?option=com_content&task=view&id=275247&Itemid=1

 

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