Consórcio acelera estudos para construir usina de Belo Monte

Orientação é para agilizar trabalho de prospecção do leito do Rio Xingu e instalar canteiro de obras ainda nesta semana

Fátima Lessa – O Estado de S.Paulo

Enquanto centenas de manifestantes se concentram hoje na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, para protestar contra a licença provisória para instalação do primeiro canteiro de obras da usina de Belo Monte, técnicos do consórcio Norte Energia S.A. aceleram estudos de prospecção do leito do Rio Xingu.

Segundo técnicos que não quiseram se identificar, a orientação é que os trabalhos sejam acelerados e a instalação do canteiro comece antes do julgamento da ação civil ajuizada pelo Ministério Público do Pará contra a licença. Há informações de que o canteiro será erguido ainda esta semana. A usina deverá ser construída na Volta Grande do Rio Xingu, no Pará, para começar a funcionar em 2015.

A manifestação de hoje, que reunirá ativistas de movimentos sociais e militantes ambientalistas, terá ainda a participação de 150 ribeirinhos e lideranças indígenas, entre elas o cacique Megaron Txcurramãe, sobrinho do cacique Raoni. Os manifestantes vão entregar um abaixo-assinados com meio milhão de assinaturas contra a Usina.

Desde que o Ibama, autorizou, em 26 de janeiro, o canteiro provisório, várias manifestações foram realizadas em todo o País, em especial no Pará. Na sexta-feira, o painel de especialistas formado por pesquisadores, professores universitários e estudantes divulgou nota na qual alerta a opinião pública e autoridades governamentais para os riscos da construção da usina. Eles também pediram aos cientistas brasileiros e do mundo que adotem “posição crítica e vigilante” e direcionem estudos “para produzir evidências sobre o desastre econômico, social e ambiental”,

Com a licença provisória, o consórcio poderá fazer todos os procedimentos de acampamento, canteiro industrial e área de estoque de solo e madeira. Segundo ativistas, a licença vem acompanhada da autorização que permite eliminar 238,1 hectares de vegetação, dos quais 64,5 hectares estão em Área de Preservação Permanente (APP).

Enviada por Ricardo Verdun.

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