Indígena mostra cemitério infantil que se formou ao lado dos barracos de lona

Os índios da etnia Guarani-Caiuá continuam vivenciando um estado de abandono, onde adultos e crianças passam por privações alimentares. Um recente episódio que evidencia a situação degradante foi a morte de um menino na noite desta terça-feira, em Amambai, por provável desnutrição.

O menino indígena era do acampamento Kuruss? Amb? fica as margens da MS 289, que liga Amambaí e Coronel Sapucaia, a 394 km de Campo Grande. As cerca de 50 famílias acampadas foram expulsas da Aldeia de Taquaperi, no final de 2006, e atualmente encontram-se acampados na entrada da fazenda Madama, segundo eles, antigo Tekhora (terra tradicional).

Os índios alegam que fizeram apelo a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) sobre a saúde debilitada da criança a cerca de 15 dias. Ontem, Egon Dionísio Hech, do Conselho Indigenista Missionário regional MS e a irmâ Joana D`ARC foram fazer uma visita à comunidade e encontraram a criança muito fraca. Eles levaram-na para a Funasa em Amambai por volta das 11h30 e a noite a Funasa levou até o acampamento o corpo da criança.

Egon Hech revela que o caso da criança indígena morta nesta terça-feira não é um caso isolado. Segundo ele, existe um verdadeiro cemitério infantil na entrada do acampamento, ao lado dos barracos de lona.

O indigenista ainda acusa a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) de recusar atendimento para os indígenas do acampamento por considerar o local uma área de conflito, o que colocaria os funcionários do órgão em rico, na hora da entrega das cestas com alimentos.

A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da Funasa, em Campo Grande, que se comprometeu em enviar um comunicado oficial sobre o fato e informações sobre a necropsia da criança morta ontem.

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