Contaminação do manguezal completa dez anos

O óleo praticamente acabou com a pescaria no município de Magé, e todos os acusados no acidente foram absolvidos. Após 10 anos do vazamento de 1,3 milhão de litros de óleo na Baía de Guanabara, o manguezal de Magé não se recuperou. A vegetação local secou e nunca mais voltou a ser a mesma de antes do vazamento.

Por Diane Magalhães

Após 10 anos do vazamento de 1,3 milhão de litros de óleo na Baía de Guanabara, o manguezal de Magé não se recuperou. A vegetação local secou e nunca mais voltou a ser a mesma de antes do vazamento.

Nossa reportagem esteve no bairro do Ipiranga, em Praia de Mauá e entrevistou diversos pescadores que vivem ainda hoje da pesca do carangueijo. A constatação é de que a punição pelo vazamento do óleo recaiu sobre os pescadores, que vem amargando desde então um prejuízo em sua atividade pesqueira.

Próximo ao local se instalou uma ONG (Onda Azul), que tenta recuperar o mangue através do replantio de árvores nativas, mas num pequeno passeio pelo mangue percebemos que apesar da boa vontade e do trabalho incansável dos envolvidos nesta luta, o mangue continua agonizando.

Junta-se a isso as invasões de áreas de mangue por famílias carentes, e temos um quadro ainda mais devastador.

Todos os funcionários da Petrobrás acusados pelo Ministério Público Federal no processo que apurava responsabilidades pelo vazamento de óleo, em 18 de janeiro de 2000, foram absolvidos no ano passado.

A Petrobrás alega que investiu R$ 450 milhões na última década em projetos ambientais e sociais na baía. Segundo a companhia, o programa para restabelecer a vegetação de manguezais na praia de Mauá e nas margens do Rio Estrela, na divisa de Duque de Caxias e Magé, comduração prevista até 2013, é o “maior do gênero no Brasil”, mas segundo o Presidente da Associação Homens do Mar da Baía de Guanabara, Alexandre Anderson, esses são projetos “de fachada”, que ainda não trouxeram resultados.

Ainda segundo Alexandre, ”A Petrobrás tem uma enorme dívida com os pescadores, e além de não reconhecer o dano, vem impactando ainda mais a baía com novos empreendimentos como o Complexo Petroquímico do Rio e a ampliação da Reduc”. Em abril do ano passado, a Ahomar conseguiu paralisar uma obra da empresa em Magé. Pescadores impediram a navegação de embarcações usadas na montagem de dutos, sob a alegação de que a obra inviabilizava a pesca.

http://blogdoenfoque.blogspot.com/2010/07/contaminacao-do-manguezal-completa-10.html

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