A arma do terror é que ele não tem controle. Pode acontecer em qualquer lugar, a qualquer hora, provocado por qualquer pessoa, com elementos primitivos de violência, ainda que sejam duas panelas de pressão carregadas de pólvora, agulhas, pregos e bolinhas de rolamento. O estrago físico, como em Boston, é poderoso: três mortos e mais de uma centena de feridos. O estrago emocional é indecifrável. Essa é a vitória psicológica dos terroristas.
O terror estabelece residência no coração dos aterrorizados. Nem a tecnologia de guerra mais avançado do mundo, nem os sistemas de espionagem mais sofisticados, são capazes de livrar a nação mais poderosa do mundo de duas pífias panelas de pressão.
Em Boston morreu uma jovem mulher americana, uma chinesa e um menino de oito anos. Portanto, gente inocente. Muitos vão dizer que as crianças mortas no Iraque, Afeganistão e outros lugares do mundo, onde o império põe suas patas, também são inocentes. E são mesmo. Mas aqueles que morreram em Boston também o são. Poderia ser um brasileiro que estivesse ali assistindo a maratona, um latino, uma idosa, um deficiente, enfim, mais um que nada decide sobre a violência no mundo e, provavelmente, é contra todo tipo de violência.
Para muitos o terror é a arma dos que não tem mais armas. Muitas vezes seus corpos são suas armas. O objetivo é desestabilizar o inimigo. E consegue. Porém, não leva a lugar algum. Ao contrário, reforça a corrente da violência e do ódio dentro da humanidade.
*Articulista do Portal EcoDebate, possui formação em Filosofia, Teologia e Estudos Sociais. Atua na Equipe CPP/CPT do São Francisco.
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Enviada por Ruben Siqueira.