Tania Pacheco – Combate ao Racismo Ambiental
Este último capítulo de “O Povo Brasileiro” é, antes de mais nada. um grande mosaico: do preto e branco ao colorido das imagens; do passado e do presente (de 2005, é bom sempre lembrarmos) revivido; das revisões críticas finais dos principais comentaristas da série – Judith Cortesão, Eduardo Gianetti e Roberto Pinho, entre outros. E Darcy e eles nos lembram que o projeto de Portugal foi “subvertido pelos Trópicos, pelos ameríndios e pelos africanos”, num processo em que misturamos até mesmo deuses.
Embora sem mencioná-lo, caberá a Chico Buarque ser o porta-voz de Darcy retomando o conceito de cordialidade enunciado por seu pai, Sérgio Buarque, e em geral alvo de uma interpretação equivocada por parte de “intelectuais” que nunca o leram. E Chico/Darcy o faz exatamente para lembrar que a história do Brasil foi dilacerada por conflitos e entrechoques – da Guerra dos Cabanos, na qual 100 mil caboclos morreram, a Palmares, Canudos, sem esquecer as Missões -, muitos dos quais continuam ainda latentes.
Ao final do capítulo, fica a reafirmação de que a invenção do Brasil prossegue – genética, técnica e simbólica. Eduardo Gianetti aponta, como exemplo de um País que não deu certo, as desigualdades sociais. A fala final de Darcy, entretanto, é mais otimista, lançando a tod@s nós o desafio de construir o Brasil que nós queremos!