Seminário discute segurança alimentar para povos de comunidades tradicionais de matriz africana e povos de terreiros

Iniciativa discute políticas públicas de distribuição de alimentos para populações vulneráveis

SEPPIR

Teve início nesta segunda-feira (23/11), em Brasília, o seminário Políticas de Segurança Alimentar e Nutricional para Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana e Povos de Terreiros. O evento segue até a próxima quarta-feira (25) e reúne representantes da sociedade civil organizada, gestores do governo federal e de organismos internacionais.

Um dos objetivos é discutir as atividades desenvolvidas nos estados pelos Comitês Gestores da Ação de Distribuição de Alimentos para Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana (CGMAFs). Uma das propostas feitas no primeiro dia do evento foi a criação de uma estrutura básica do CGMAF em cada estado.

Durante a abertura do evento, a secretária de Políticas para Comunidades Tradicionais da Secretaria de Promoção de Políticas para a Igualdade Racial (Seppir), Givânia Maria da Silva, disse que os comitês reforçam a participação social do povo na formulação e implementação de políticas públicas.

“Nós viramos a página da crítica de que não sabíamos reivindicar. Hoje temos muito claro o que queremos e agora é uma questão de organização, para promovermos as melhorias que buscamos”.

Segundo Givânia, um dos desafios do movimento é construir uma política de alimentação saudável nas comunidades. Representantes do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) presentes no evento reforçaram a necessidade de construir uma alimentação saudável, respeitando a cultura de cada povo na hora da formulação e distribuição das cestas.

De acordo com os gestores, a ideia é evitar que a alimentação com exageros cause problemas de saúde. Para que tal objetivo seja alcançado, Givânia defendeu a realização de eventos como o seminário Políticas de Segurança Alimentar e Nutricional para Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana e Povos de Terreiros, que estimula a participação social e os relatos de quem vive na comunidade e presencia as ações de distribuição de alimentos.

Conquistas

Givânia lembrou que o governo conquistou avanços nas políticas voltadas às comunidades tradicionais de matriz africana e aos povos de terreiros, mas que ainda é preciso fazer muito.

“Há uma herança muito grande de dívida social com os negros. O governo fez muito nos últimos anos e precisamos fazer ainda mais para atender todas as demandas de vocês”.

A secretária substituta de Ações Afirmativas da Seppir, Luciana Ramos, disse que os povos tradicionais devem ter orgulho de sua cultura, e também de sua culinária.

“Todas as pessoas que vão a eventos em terreiros ou comunidades tradicionais elogiam a comida. Elas gostam de ir a essas festas. É uma culinária especial, porque envolve a fé”, argumentou Luciana.

O seminário discutirá estratégias de aprimoramento da participação social nas políticas sociais orientadas para os povos e comunidades tradicionais de matriz africana e povos de terreiros e também o acesso as políticas de segurança alimentar e inclusão produtiva.

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