Alunos da PUC farão ato de repúdio a racismo ocorrido no campus

imageEstudante de Relações Internacionais foi abordado por seguranças duas vezes à pedido de professora, que o achou “suspeito” apenas por ser negro

O Tempo – Alunos da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do bairro Coração Eucarístico, na região Noroeste de Belo Horizonte, farão um ato público na noite desta sexta-feira (30) contra um caso de racismo registrado nas dependências do campus, ocorrido na última quinta-feira (22). 

De acordo com os estudantes, o aluno de Relações Internacionais Victor Miguel Gomes Cá, que é do país africano de Guiné Bissau, foi abordado por seguranças no prédio 47 supostamente à pedido de uma professora de arquitetura que o achou “suspeito”, somente por se tratar de um aluno negro. Segundo colega de sala do estudante, Luiz Carlos Vieira, de 20, somente nesta quarta-feira (28) a vítima do ato racista resolveu compartilhar o ocorrido. 

“Ele contou que estava andando quando foi abordado por um guarda do campus, que pediu a carteirinha da PUC. Como ele estava longe da sala, não tinha como apresentá-la na hora. Quando estava chegando na sala dois seguranças voltaram a interpelar ele”, contou. Algumas pessoas que estava próximas teriam visto o que ocorreu e foram conversar com ele, que inicialmente disseram que havia sido uma denúncia anônima contra Cá.

“Após algum tempo de diálogo eles acabaram revelando que era esta professora a autora da denúncia”, contou o aluno. O ato contra o racismo,  está previsto para começar às 19h. Além do protesto, os universitários também iniciaram uma petição pública na internet que visa a apuração do caso de racismo; a sansão da professora responsável; uma retratação pública da PUC sobre o caso; e que sejam feitas sanções para professores e funcionários que cometerem atitudes opressivas. 

O outro lado

De acordo com alunos do curso de Arquitetura da PUC, a professora fará uma carta aberta explicando sobre o ocorrido. “Vamos esperar para ouvir os dois lados, até mesmo porque ela é muito querida por todos nós. Está tudo muito mal explicado, acho que o pessoal está exagerando com esse ato”, disse um aluno que preferiu não ser identificado.

A assessoria de imprensa da PUC informou que tudo que foge da normalidade dentro dos campus é investigado. Por isso, duas comissões estão apurando o que realmente aconteceu para saber se realmente houve atitudes descriminatórias e, caso se confirme, as responsabilidade serão apuradas e as punições tomadas de acordo com o regimento da universidade. 

Enviada para Combate Racismo Ambiental por José Carlos.

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