Tania Pacheco – Combate Racismo Ambiental
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, finalmente mandou publicar no Diário Oficial de ontem, 4 de dezembro, a demissão de Nelson Carmelo Olazar da coordenação do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) de Mato Grosso do Sul. Embora a portaria (2.938) diga que a exoneração tenha sido a pedido, a realidade é bem outra: ela foi exigida por lideranças indígenas, que para isso ocuparam a sede do DSEI mais de uma vez, sendo a última de 18 de setembro a 10 de outubro de 2013, com duração de 23 dias.
A ocupação só terminou a partir de uma negociação conduzida pelo Ministério Público Federal, que para isso organizou reunião realizada em 15 de outubro, com a presença, entre outras, do secretário-substituto da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), Fernando Rodrigues da Rocha, superior hierárquico do coordenador. Diante da atitude das lideranças das diversas etnias – Terena, Guarani-Kaiowá, Guarani-Ñandeva, Kinikinawa, Ofaié-Xavante e Kadiwéudos -, que se recusavam até a ouvi-lo e lhe deram as costa (foto acima), Nelson Carmelo Olazar teve que entregar o cargo, pedindo demissão que foi aceita na hora por seu superior. Apesar disso, Padilha levou quase dois meses para oficializar a saída, e ainda sem indicar seu substituto.
Vale ler a notícia da reunião do dia 15 de outubro, publicada neste blog no dia seguinte: MS – Com todas as lideranças de costas para ele, Coordenador de Saúde Indígena pede exoneração em reunião com MPF.