Que Bom Te Ver Viva, de Lúcia Murat (completo)

O filme aborda a tortura durante o período da ditadura no Brasil, mostrando como suas vítimas sobreviveram e como encaram aqueles anos de violência duas décadas depois. “Que Bom Te Ver Viva” mistura os delírios e fantasias de uma personagem anônima, interpretada pela atriz Irene Ravache, alinhavando os depoimentos de oito ex-presas políticas brasileiras que viveram situações de tortura. Mais do que descrever e enumerar sevícias, o filme mostra o preço que essas mulheres pagaram, e ainda pagam, por terem sobrevivido lúcidas à experiência de tortura. Para diferenciar a ficção do documentário, Lúcia Murat optou por gravar os depoimentos das ex-presas políticas em vídeo, como o enquadramento semelhante ao de retrato 3×4; filmar seu cotidiano à luz natural, representando assim a vida aparente; e usar a luz teatral, para enfocar o que está atrás da fotografia – o discurso incosciente do monólogo da personagem de Irene Ravache.

FICHA TéCNICA

Elenco: Irene Ravache, Montagem: Vera Freire; Fotografia: Walter Carvalho; Som direto: Heron Alencar; Diretor-assistente: Adolfo Orico Rosenthal; Direção de produção: Kátia Cop e Maria Helena Nascimento; Cenografia e figurino: Beatriz Salgado; Música original: Fernando Moura; Trilha sonora: Aécio Flávio; Roteiro, e direção e produção executiva: Lúcia Murat; Distribuidora Nacional: Taiga Filmes e Video; Distribuidora Internacional para os EUA: Woman Make Movies.

CRíTICAS

Um filme fundamental. Uma reflexão lúcida, comovente e verdadeira sobre um tema universal: a luta da vida contra a morte em regimes autoritários.
SUSANA SCHILD – “JORNAL DO BRASIL”

Comovente, esclarecedor, sereno. Um filme que resgata fatos, memórias e sabe como trabalhar esta investigação na direção do futuro. Indispensável.
EDMAR PEREIRA – “JORNAL DA TARDE”

Na esteira de Marcel Ophuls e Claude Lanzmann, Lúcia Murat fez mais do que um documentário histórico que ousa mergulhar num tema tabu: realizou uma das obras humanísticas mais vigorosas que vi nos últimos tempos.
AMIR LABAKI – “FOLHA DE S. PAULO”

PREMIAçÕES:

Melhor filme do júri popular, do júri oficial e da crítica por “Que Bom Te Ver Viva”, Festival de Brasília, 19989
Melhor Montagem e melhor atriz, Festival de Brasília, 1989
Prêmio especial do júri e Prêmio Samburá por “Que Bom Te Ver Viva”. Festival Internacional do Rio, 1989.
Prêmio Coral, melhor filme da OCIC e melhor filme da ass. De atores. Festival de Havana, 1989
Melhor atriz de cinema. Prêmio Moliere, 1990
Melhor atriz de cinema. Golden Metais, 1990
Melhor filme e melhor atriz no Rio – Cine Festival, 1990.
Menção Margarida de Prata da CNBB
Menções da Federação Internacional de Críticos e da OCIC no Fest – Rio

PARTICIPAçÕES INTERNACIONAIS:

Festival of Festvals (Toronto, 1989)
Festival de Mujeres (Buenos Aires, 1990)
San Francisco Film Festival (1990)
Muestra Internacional del Nuevo Cine (Pesaro, Itália, 1990)
Manheim Festival (Alemanha, 1990) Human Rights Festval (NY, EUA, 1991)
Yamagata Film Festival (Japão, 1991)

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