Deputado pôs na pauta de votação de comissão projeto de ‘cura gay’; evento em SP será no dia 2 de junho
Mônica Reolom, O Estado de S. Paulo
O último trio elétrico da 17ª Parada Gay, que será realizada no dia 2 de junho na Avenida Paulista, vai protestar contra pessoas que tentaram diminuir os direitos conquistados pelos homossexuais. O deputado federal e pastor Marco Feliciano (PSC-SP), que colocou na pauta da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, da qual é presidente, a votação do projeto chamado de “cura gay”, será lembrado durante a manifestação. “Não queremos retrocesso como tem sido imposto por religiosos e fundamentalistas”, afirmou o presidente da Associação da Parada do Orgulho GLBT, Fernando Quaresma, em evento nesta quinta-feira, 2, para divulgação da programação da parada.
O diretor-executivo da associação, Nelson Matias, afirmou que o trio elétrico será em protesto contra todos os “infelicianos”. “O quadro é caótico em Brasília com a presença do Feliciano na Comissão de Direitos Humanos. Mas ele é só a ponta do iceberg”, disse. “Se todos fossem considerados cidadãos, a gente não precisaria estar tomando as ruas. Estamos vivendo uma era de retrocesso, uma era das cavernas.”
O tema da parada este ano será “Para o armário nunca mais! União e Conscientização na luta contra a homofobia”. O objetivo dos organizadores é lutar contra possíveis retrocessos nos direitos já conquistados pela comunidade GLBT.
Após três anos sem show de encerramento, a Parada Gay terá a cantora Ellen Oléria como atração final. Vencedora da primeira temporada do reality show The Voice Brasil, da TV Globo, no ano passado, Ellen é homossexual e chegou a levar sua namorada ao programa.
A Associação da Parada do Orgulho GLBT também procurou a cantora Daniela Mercury, que em abril assumiu ter um relacionamento amoroso com uma mulher. A artista cantaria o Hino Nacional ou estaria em um dos trios elétricos, porém sua participação ainda não foi confirmada.
Até a manhã de ontem (quinta-feira), 17 trios elétricos já estavam confirmados na parada. A organização espera contar com 22 carros de som – no ano passado, foram 14. A Polícia Militar pretende levar 1.200 policiais para o evento, além de fazer o monitoramento de ocorrências com câmeras e helicópteros.
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