Suzano Papel e Celulose quer ampliar área de plantios em Conceição da Barra

Manaira Medeiros, Século Diário

A Suzano Papel e Celulose iniciou processo de licenciamento ambiental no Instituto Estadual de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf) para ampliar sua área de plantios em Conceição da Barra, norte do Estado. O município já tem 80% de sua área rural dominada pelo eucalipto, como calculam as comunidades impactadas. Além da Suzano, também gera impactos à região a Aracruz Celulose (Fibria).

O Termo de Referência do projeto apresentado pela Suzano já foi aprovado pelo Idaf. A empresa, agora, está autorizada a realizar o Estudo e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima), passo anterior para a concessão das licenças ambientais.

O pedido se refere às fazendas São Joaquim da Água Preta e Dourada Uma, que correspondem ao Bloco VI dos projetos de expansão da empresa. A Área de Plantio Estimada (AEP) é de 5.083,28 hectares e compreende a Bacia Hidrográfica do Rio Itaúnas.

A Suzano já está em processo de finalização dos processos de licenciamento dos blocos II, III e IV, que representam expansão dos plantios de eucalipto em uma área total de 4.696,5 hectares em Montanha, extremo norte do Estado. A empresa arrendou 14 fazendas no município e as audiências públicas dos projetos, obrigatórias por lei, foram realizadas neste ano.

Em outro projeto, a empresa teve licença concedida pelo Idaf em outubro do ano passado. Trata-se da Fazenda Eldorado, nos municípios de Montanha e Mucurici, que faz fronteira com Ponto Belo e Ecoporanga, no Estado, e também a municípios de Minas Gerais. A área de plantio totalizará 1.364 hectares.

Juntos, os projetos de expansão da Suzano Papel e Celulose no Estado representarão o aumento das áreas de plantios em cerca de 11 mil hectares nos próximos anos, agravando os impactos sociais e ambientais no norte do Espírito Santo.

Entidades do campo denunciam há décadas a contaminação do solo e da água gerados pelos plantios de eucalipto, além da mecanização, que gera desemprego em larga escala. A Suzano também é responsável por promover o êxodo rural e os conflitos instalados no campo.

A concentração de terras em poder das multinacionais impede ainda a realização da reforma agrária e o desenvolvimento de projetos da agricultura familiar. A consolidação dos projetos da Aracruz Celulose e Suzano só foi possível graças a financiamentos públicos do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES).

A Suzano informa que tem área florestal de 803 mil hectares no país, sendo 346 mil na Bahia, Espírito Santo, São Paulo, Minas Gerais, Maranhão, Tocantins e Piauí.

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