Povos Kaingang e Guarani do oeste de Santa Catarina e comunidade da TI Nonoai
Indígenas Kaingang da Terra Indígena Nonoai, localizada no Rio Grande do Sul, na divisa com Santa Catarina, e povos Guarani e Kaingang do oeste de Santa Catarina contestam publicamente as declarações do deputado federal Valdir Colatto (PMDB-SC) feitas no último dia 20, durante reunião da Comissão Especial da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 215, em que ele afirmou que indígenas do Sul seriam favoráveis a esta proposta.
“Denunciamos as manobras políticas que estão sendo arquitetadas por esse parlamentar com o intuito de impedir o avanço da demarcação de nossas terras. Ele, através de autoridades e de oligarquias regionais, pressiona a Funai e o Ministério da Justiça para agirem contra os nossos direitos e, ao mesmo tempo, promove e fomenta ações e manifestações da sociedade envolvente contra os povos indígenas. Com isso, ele instiga a violência e alimenta o ódio e o preconceito”, afirma o documento dos indígenas do estado de Santa Catarina.
Afirmando “profundo desprezo à pessoa do deputado Valdir Colatto e todos aqueles que tem contribuído para o genocídio dos Povos Indígenas do Brasil”, os Kaingang de Nonoai esclarecem que “a pessoa citada pelo senhor Deputado como cacique desta T.I. nem se quer é da etnia Kaingang e muito menos faz parte da liderança da Terra Indígena Nonoai”.
Nos dois documentos, os indígenas reafirmam absoluto repúdio à PEC 215.
Leia aqui a Carta de Repúdio da comunidade da Terra Indígena Nonoai
Leia aqui a Nota Pública dos Kaingang e Guarani do Oeste de Santa Catarina
Foto: Em protesto contra a PEC 215, Kaingang paralisaram a rodovia estadual ERs 324, próxima à Terra Indígena Nonoai, no último dia 27