Jovens negros protestam contra autos de resistência

Objetivo é pressionar pela revogação do instrumento

SEPPIR

Um grupo de 130 jovens, a maioria negros, entregou ontem (15), um abaixo assinado com 100 mil assinaturas para pressionar a favor da revogação dos autos de resistência, instrumento amparado pelo Código Penal que na prática possibilita que policiais justifiquem mortes decorrentes em abordagens a suspeitos sob a alegação de defesa pessoal.

O Monitoramento Jovem de Políticas Públicas (MJPOP) esteve reunido em Brasília dos dias 12 a 15 deste mês e entregou à deputada Benedita da Silva (RJ) o documento que apoia o Projeto de Lei 4471, que além de acabar com a prática dos autos de resistência, obriga a investigação das mortes decorrentes da ação policial.

Para o movimento, os autos de resistência são, efetivamente, “uma licença para matar”. O MJPOP entregou o documento em homenagem a todos os jovens mortos por policiais que não tiveram suas mortes investigadas. O Projeto de Lei 4471 é uma iniciativa da Secretaria Nacional da Juventude, com participação da Secretaria de Direitos Humanos (SDH), da Seppir, e de outros órgãos governamentais que atuam na promoção de direitos dos jovens.

A deputada Benedita da Silva elogiou o engajamento dos jovens e disse que seguirá na luta pela aprovação do projeto. “Nós já incluímos essa temática no relatório final da CPI que investigou a violência contra os jovens negros e vamos agora trabalhar pela aprovação deste projeto”.

No dia anterior a entrega do abaixo assinado (14), o grupo entregou uma placa homenageando o deputado Jean Wyllys (RJ) por suas contribuições “na luta contra a discriminação e pelos direitos dos jovens negros”.

Empoderamento

Antes da entrega, a diretora de programas da Seppir, Larissa Borges, conversou com os jovens sobre empoderamento da juventude negra e políticas de promoção da igualdade racial. Segundo Larissa, a palestra serviu para dar exemplos de ações que cada um pode fazer em busca de uma sociedade mais igualitária do ponto de vista racial.

“Apresentamos um pouco do histórico de líderes que lutaram por um país sem racismo, e conversamos sobre ações que os jovens podem fazer em busca desse objetivo. O grupo é empenhado e está acompanhando questões como a CPI que investiga a violência contra jovens negros e a proposta de redução da maioridade penal, entre outros assuntos”, relata Larissa.

Foto: reprodução parcial/Youtube

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