Participe de documentário longo sobre comunidade quilombola de Rio dos Macacos (BA), sua história e o conflito com a Marinha pela posse da terra

A comunidade quilombola de Rio dos Macacos reúne cerca de 60 famílias de agricultores e pescadores que vivem em território rural na divisa de Salvador e Simões Filho (BA). No final da década de 1950 e início de 60 as fazendas em que nasceram e viviam foram doadas pela prefeitura de Salvador à Marinha do Brasil[1].

No início dos anos 1970, a Marinha construiu a Vila Naval da Barragem, condomínio residencial de suboficiais da Força, em área da Fazenda Macaco. Desde então, tornaram-se frequentes  os conflitos com os agricultores e pescadores da área. As relações entre fuzileiros, oficiais e suboficiais da Marinha com os moradores da “Roça” foram marcadas por vários episódios de violência física e psicológica e só fizeram recrudescer nos últimos anos.

Direitos humanos fundamentais foram negados: o direito de plantar, colher, criar, pescar, reformar ou construir casas, de ter acesso à luz elétrica, água encanada, saneamento básico e, o mais elementar, o direito de ir e vir. Ao contrário, a Marinha empreendeu diversas ações para retirá-los da área sem levar em conta direitos históricos das pessoas que lá nasceram e lá vivem.

O pequeno filme Quilombo Rio do Macaco (10 min), lançado no YouTube em dezembro de 2011, ajudou a campanha para a divulgação das denúncias de violação de direitos fundamentais, contribuindo com a formação de uma rede de solidariedade, mobilizada por organizações dos movimentos negros e populares, a exemplo da Associação de Advogados de Trabalhadores Rurais (AATR), Conselho de Desenvolvimento da Comunidade Negra (CDCN), Movimento de Pescadores, Campanha Reaja, Quilombo X, MST, Movimento de Mulheres e outros movimentos sociais.

Ao longo dos últimos quatro anos acompanhamos negociações, conflitos, mobilizações ocorridos no quilombo, em órgãos públicos de Salvador e de Brasília. E também registramos aspectos culturais, simbólicos, religiosos e de diversos elementos da paisagem do território, identificado e delimitado pelo INCRA, com a extensão de 301 ha.

Em 2014 submetemos ao Fundo de Cultura da Bahia projeto de realização de um documentário de longa-metragem e obtivemos R$ 100 mil – valor máximo disponível para captação de pessoa física – que foram dispendidos nas etapas de produção e montagem.

Para a montagem do filme coletamos materiais produzidos também por outras fontes de registro, muitas delas veiculadas na Internet; e materiais exclusivos, gravações feitas pelos próprios quilombolas com celulares e máquinas precárias.

Reunimos 150 horas de gravações de áudio e vídeo que se encontram, neste momento, na fase de montagem, a cargo de Cristina Amaral, montadora do primeiro time do cinema brasileiro, que está preparando integralmente o filme para a finalização.

Contudo, os recursos captados até agora foram insuficientes para cobrir os custos de finalização. Optamos por buscar o financiamento coletivo para cobrir, pelo menos, uma parte do orçamento de finalização e início da etapa de exibição/distribuição do filme. O financiamento coletivo é um modo de angariar apoio e suporte ao filme, enquanto ele ainda está sendo realizado. Sua participação irá contribuir para a realização do filme agregando valor diferenciado ao processo de financiamento.

Por que você também deve colaborar?

Porque este é um filme em sincronia com o momento atual, é expressão do estado de crise que vivemos; o que faz deste um documentário urgente, necessário. O registro e difusão da vida dos quilombolas de Rio dos Macacos, a reflexão sobre aspectos do seu movimento  revelam possibilidades e limites da luta dos “de baixo”, do Brasil Real versus o Brasil Oficial, da difícil dialética entre a herança autoritária, racista, eivada de privilégios e a herança popular, negra, indígena, espoliada e despossuída. Um filme de luta por um país menos desigual e capaz de afirmar plenamente os princípios da liberdade, da democracia e do  respeito aos direitos humanos fundamentais.

Equipe do filme

Diretor – Josias Pires – Jornalista (UFBA,1988), Mestre em Artes Cênicas (UFBA, 2004); em 1997 passou a atuar TV para coordenar a série de documentários “Bahia Singular e Plural” (TVE-BA 18 programas de 30 e 60 min) sobre tradições populares da cultura da Bahia, realizando atividades de produtor, pesquisador, roteirista e diretor de documentários. Pesquisa, roteiro e direção do filme de longa metragem “Cuíca de Santo Amaro” (Bahia, 74 min), com Joel de Almeida e Doc Filmes Ltda/ Programa Petrobras Cultural, 2012, dados disponíveis AQUI.

Câmara – Gabriel Teixeira – antropólogo e fotógrafo, com larga experiência em documentários televisivos e outras produções, tendo obtidos diversos prêmios em festivais nacionais de cinema e audiovisual. Durante seis anos atuou como editor, roteirista e cinegrafista da TV UFBA.

Veja mais detalhes AQUI.

Destaque: imagem capturada do vídeo.

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