A via sacra da educação escolar dos Tupinambá de Olivença [leva a ocupação da Secretaria de Educação]

Cimi- Equipe Sul da Bahia
Regional Leste

Cerca de 100 indígenas da etnia Tupinambá de Olivença do sul da Bahia ocuparam a Secretaria de Educação do estado da Bahia em busca de soluções para os graves problemas que encontram nas suas comunidades. Falta de transportes adequados para o deslocamento dos estudantes, falta de pagamentos aos funcionários e professores das escolas, a não regularização dos PST, desrespeito do Estado da Bahia na garantia de uma educação diferenciada para os povos indígenas, suspensão do transporte escolar, empresas que não cumpre os acordos firmados, estes são alguns dos problemas relacionados pelas lideranças que fazem a ocupação.

No dia 23 de abril deste ano, os Tupinambá ocuparam o Núcleo Regional de Educação 05, em Itabuna, e uma comissão de lideranças no mesmo período estiveram reunidos com representantes da Secretaria de Educação do Estado em Salvador. Naquela oportunidade a pauta das reivindicações, além do transporte escolar, o grupo também reivindicava respostas para a contratação de funcionários para um melhor atendimento as necessidades dos prédios escolares; o aumento dos recursos para garantir o transporte dos alunos de forma segura e dentro das demandas que as comunidades exigem. O valor por crianças que é pago hoje é bem abaixo do valor de outras contratações do mesmo porte ou até menores que os das comunidades indígenas;

Os encaminhamentos propostos e assumidos pelo governo do Estado e pela empresa de transporte não foram cumpridos, e a comunidade Tupinambá de Olivença continua sofrendo os mesmos impactos negativos, causados pela irresponsabilidade do governo do estado.  Diante desta situação as lideranças Tupinambá definiram mais uma vez por tomar uma atitude de ocupação e cobranças de seus direitos. Segundo o Cacique Valdenilson: “Esta parece ser a única linguagem que o governo do estado e seus representantes entendem: a pressão. Não dá mais para acreditar em quem faz promessas e não as cumpre, já passamos do meio do ano e até agora não conseguimos resolver este problema da nossa educação. Isto é uma completa falta de respeito para as comunidades indígenas do estado”.

Segundo as lideranças eles só voltarão às suas comunidades quando tiverem resolvido o problema definitivamente, não aceitarão promessas, “as coisas têm que ser resolvidas antes de voltarmos para as nossas aldeias”, afirmam as lideranças, que contam com o apoio da Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo – Apoinme e do Colegiado de caciques Tupinambá.

Contatos podem ser mantidos através dos telefones:

(73) 9140-8732

(73) 9142-3286

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