Tese de doutora paraense conquista primeiro lugar por análise de trabalho infantil doméstico

Danila Cal ganha um prêmio inédito por análise sobre trabalho infantil doméstico

Em O Liberal 

As mulheres, meninas ou adultas, que passam ou já passaram por situações de trabalho infantil doméstico no Brasil, em particular no Estado do Pará, precisam ser ouvidas no debate público acerca dessa temática, especificamente em suas propostas para políticas públicas, a fim de que a sociedade possa aprofundar o olhar sobre as causas, efeitos e busca de soluções para essa prática contumaz no País. Essa é a proposição básica da tese de doutorado da pesquisadora paraense Danila Gentil Rodriguez Cal, 32 anos, professora da Universidade da Amazônia (Unama), defendida em 2014 e que acaba de conquistar um prêmio inédito para o Estado do Pará: a de melhor tese na área de Comunicação do País, sendo distinguida pelo Prêmio Compós de Teses e Dissertações Eduardo Peñuela – 2015. O resultado foi divulgado na sexta-feira, 22, pela Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação – Compós.

O trabalho “Configuração Política e Relações de Poder no Trabalho Infantil Doméstico: tensões nos discursos dos media e de trabalhadoras” foi orientado pela professora Rousiley Maia durante o doutorado em Comunicação na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A pesquisa premiada busca compreender as relações de poder que atravessam o trabalho infantil doméstico e analisar como elas atuam na configuração política desse problema no Pará.

O estudo foi organizado a partir de dois eixos: análise da cobertura midiática sobre o assunto, considerada um espaço privilegiado para observar a construção e mobilização de significados partilhados sobre o trabalho infantil doméstico; e discursos de trabalhadoras e ex-trabalhadoras infantis domésticas a respeito dessa prática, apreendidos por meio de grupos focais, como destaca a professora Danila. Foram investigadas matérias publicadas nos principais jornais entre 2000 e 2009 e realizados sete grupos focais com participação de 27 meninas e mulheres diretamente afetadas por esse tipo de trabalho infantil.

Danila chama a atenção para o fato de que, em geral, não basta apenas as trabalhadoras fazerem um relato sobre as mazelas do trabalho infantil doméstico, porque isso, ainda que sensibilize a sociedade, “faz com que a busca por soluções não passe de modo amplo pelas considerações dessas meninas e mulheres”.

O trabalho completo pode ser baixado AQUI

Enviado para Combate Racismo Ambiental por Rodrigo de Medeiros.

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