Vale e Arcelor respondem por 83,41% do material particulado na Grande Vitória

Ubervalter Coimbra, Século Diário

A Vale e a ArcelorMittal respondem por 83,41% do Material Particulado Total (MPT) da Grande Vitória. Foi o que constatou um pesquisador do mestrado em Engenharia Ambiental da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) em 2011, que analisou dados de 2005, do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema).

Embora as atividades na área de siderurgia tenham aumentado, as empresas e o Iema dizem que a poluição do ar produzida pelos dois setores na Grande Vitória diminuiu.

Na pesquisa, o mestrando afirmou que a maior participação corresponde à Vale, 60,58% do MPT da região (ou 72,63% do total emitido pela siderurgia), o equivalente a 5.275,21 T/ano de MPT. E considera que “também é relevante a parcela referente à ArcelorMittalTubarão, 22,10% do total, com a emissão de 1.605,02 T/ano”.

Com a poluição da Arcelor Mital Cariacica (então Belgo), que responde por 2,05% do MPT na Grande Vitória, a ArcelorMittal respondia no total por 24,15% do material particulado na Grande Vitória. Outras siderúrgicas, de menor porte, também são responsáveis pelo MPT.

A chancela da dissertação foi dada pela orientadora do mestrando, Jane Meri Santos, Ph.D, e por Neyval Costa Reis Jr, com igual titulação, co-orientador, ambos do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). O mestrando, aprovado, foi Israel Pestana Soares.

Além de destacar as atividades siderúrgicas, com participação de 83,41% no material particulado total (MPT) da região, como fonte poluidora, os dados do Iema apontavam que à época, as pedreiras representavam 7,58% desse material; e os veículos automotores que circulam na região, 3,80% do MPT em termos de PM10.

Registra que a maior participação corresponde à Vale, a qual representa 60,58% do MPT da região (ou 72,63% do total emitido pela siderurgia), o equivalente a 5.275,21 T/ano de MPT. Também é relevante a parcela referente à ArcelorMital Tubarão, 22,10% do total, com a emissão de 1.605,02 T/ano (mais 2,05%, da Belgo, hoje ArcelorMittal Cariacica, total 24,15%).

A CBF (à época desativada) e Companhia Siderúrgica Santa Bárbara possuem emissões discretas, 1,78% e 1,45%, respectivamente, do total das emissões siderúrgicas.

As outras fontes de MPT à época eram as pedreiras 7,58%, do total; veículos, 3,80%; cimenteiras 1,65%; indústria alimentícia 1,04%; indústria química 0,80%;  indústria cerâmica 0,70%; indústria têxtil, 0,52%; atividades portuárias 0,26%; fabricação de concreto, 0,19%; fundição, 0,02%; usina de asfalto 0,02%; e, frigoríficos 0,02%.

Com manobras, a participação da siderurgia e mineração foi caindo nas estatísticas doIema, apesar de as empresas aumentarem a produção. A situação se tornou tão cômoda que na CPI do Pó Preto este ano, a Vale assumiu a responsabilidade pela emissão de 15,8% do total das emissões (no total) da Grande Vitória, e a ArcelorMittal a responsabilidade por 6,1% da poluição do ar.

No inventário de fontes, realizado no período de 2009 – 2011, foi constatado que a Vale e a ArcelorMittal lançam 38 mil toneladas de poluentes, todo mês, sobre a Grande Vitória. Os poluentes são suficientes para encher 593 carretas, com capacidade para transportar 27 toneladas.

Imagem: Grande Vitória sofre com o pó preto (Folha de Vitória)

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