Um dia para pintar o rosto e fortalecer a valorização da cultura e dos conhecimentos tradicionais em Balaio, BR 307

Associações Indígenas de Balaio, BR 307 em São Gabriel da Cachoeira, vêem nas oficinas uma forma de fortalecer ainda mais a cultura

FOIRN

É necessário percorrer cerca de 100 Km na BR 307 para chegar na comunidade Balaio, localizada na Terra Indígena de Balaio. Uma comunidade fundada há mais de 30 anos. Lá vivem mais de 23 famílias, que fazem parte em sua maioria dos clãs Tukano e Dessano. Porém, compartilham também esse espaço algumas pessoas de outras etnias, como  Coripaco, Tariana e Kubeo.

“Basicamente as pessoas que vivem aqui são famílias, tios, tias…”, comenta Adelina Sampaio, coordenadora do Departamento de Adolescente e Jovens da FOIRN, uma das coordenadoras das oficinas realizadas pelas associações da comunidade, a AMIBAL (Associação das Mulheres Indígenas de Balaio) e AINBAL (Associação Indígena de Balaio).

Realizar as oficinas sobre as temáticas de interesse da comunidade através das associações que existem lá é uma ideia que vem funcionando na comunidade, e iniciada há alguns anos. Em frente à AMIBAL está dona Jacinta Sampaio, 50,  filha do conhecedor tradicional, seu Casimiro Sampaio, de 85 anos, da etnia Dessano.

Consciente da importância de repasse dos conhecimentos tradicionais para os mais novos, seu Camisiro e a filha dona Jacinta e seu marido João Bosco, 56, através da AMIBAL, têm uma programação anual de oficinas, que envolve a comunidade toda, e especialmente a escola da comunidade.

No dia 22 de maio foi realizada a oficina de “Pinturas Tradicionais Tukano e Dessano”, que reuniu toda a comunidade, na qual as pinturas (faciais) foram apresentadas em cartazes (desenhos) e seus significados e origens foram relatados. Posteriormente, todos os participantes foram convidados a escolher o desenho a serem “pintados” pelos mestres e colaboradores da oficina.

A atividade seguinte foi a participação da criançada e os jovens na confecção de desenhos (pinturas) nos cartazes com o acompanhamento dos pais, mães e professores.

Atualmente os professores estão desenvolvendo pesquisas com o objetivo de registrar esses conhecimentos tradicionais com os conhecedores, e, através disso, levar para a sala de aula o debate sobre a importância disso para a comunidade e as pessoas que vivem lá.  E a oficina realizada faz parte da programação desses trabalhos junto às associações locais.

Até o final do ano, a AMIBAL e AINBAL e a escola esperam chegar a um material produzido sobre as pinturas tradicionais. O passo inicial já foi dado, a próxima oficina sobre as pinturas no corpo já está prevista, com data ainda a definir.

Da abertura ao encerramento, os moradores de Balaio animaram a oficina com danças tradicionais, participaram e aprenderam muito ao longo do dia com os conhecedores tradicionais.

A FOIRN esteve presente através da Coordenadora do Departamento de Mulheres e Comunicação. A Oficina ainda contou com a colaboração e apoio da Rosangela (Gestora do Colégio Sagrada Família), Rosi Waikhon (IFAM), Enfermeira Ana Sérgia (DSEI/Alto Rio Negro) e da Fundação Nacional do Indígena/Coordenação Regional do Rio Negro.

Foto: Comunicação/FOIRN

Deixe um comentário

O comentário deve ter seu nome e sobrenome. O e-mail é necessário, mas não será publicado.