Luta contra extermínio de pessoas negras será nacionalizada pela Palmares

Daiane Souza, FCP

A Fundação Cultural Palmares (FCP/MinC) ampliará sua atuação contra o extermínio de jovens negros no Brasil. A meta partiu de audiência entre a presidenta Cida Abreu e ocoordenador das Políticas de Juventude do Estado do Ceará, David Barros, nesta segunda-feira (12). A proposta é que seja estabelecido mais diálogo entre a instituição e os gestores estaduais de cultura.

Em sua visita, Barros trouxe o comprometimento na cooperação institucional do Governo do Ceará para a Palmares.”Estamos dispostos a desenvolver experiências que venham ser replicadas pelo país.”, concluiu Barros.

Atenta às dificuldades enfrentadas pelos jovens negros na sociedade, a presidenta ressaltou que é importante a nacionalização dessas experiências. “Vamos identificar quais são os territórios onde os índices de violência são expressivos e trabalhar o intercâmbio entre ações culturais de enfrentamento para que os resultados sejam cada vez mais concretos e positivos”, afirmou, enfatizando a necessidade de uma agenda junto ao Ministério da Justiça.

Estratégias – Visando o combate do extermínio dos jovens negros, o Governo do Ceará está construindo uma rede que oportunize novas perspectivas às pessoas mais vulneráveis, aquelas enquadradas em um contexto onde a baixa renda coincide com ser negro. Nesse sentido, o foco está centrado em reduzir as reincidências criminais e o número de mortes.

O estado do Ceará ostenta um crescimento nos índices de violência, sendo um dos mais violentos do país em relação à juventude negra. Preocupado com a situação, Barros ressaltou ser necessário que as ações de governo invistam, não somente na prevenção de situações mas, ainda, nas oportunidades e nas garantias de direitos.

Segundo o coordenador, mudanças muito significativas podem ser alcançadas a partir da potencialização das mobilizações jovens.”Os espaços organizados ou frequentados pela juventude, por exemplo, as torcidas organizadas, precisam ser apoiados”, enfatizou.”Acredito que um meio de se alcançar uma cultura de paz é a partir da valorização das expressões culturais da juventude”, disse.

Índices –Os dados relacionados ao extermínio de pessoas negras no Brasil permanecem preocupantes. De acordo com o último levantamento do Mapa da Violência, que traz informações de 2012, cerca de 80% dos jovens assassinados no país naquele ano eram negros, o que corresponde a 56.337 pessoas.

No último mês, na audiência da CPI da Violência Contra Jovens Negros e Pobres, o sociólogo JulioJacoboWaiselfisz, coordenador do Mapa, foi enfático ao concluir que a alta taxa de homicídios no país é atribuída à impunidade, à cultura da violência e à tolerância institucional.

A Fundação Palmares acredita no potencial da diversidade cultural brasileira, principalmente as afro-brasileiras com identidade pela paz. “A juventude quer viver!”, enfatizou a presidenta Cida Abreu.

Imagem: Reprodução da FCP

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