G1: “Saiba quem são e o que pensam líderes de protestos deste domingo”

Grupos formados na capital paulista convocaram atos pelo país. Defesa do impeachment e da intervenção militar dividem lideranças.

No G1

Milhares de manifestantes se reúnem nesta domingo (15) em diversos estados do Brasil e no Distrito Federal (DF). Diferentes grupos que foram formados originalmente na capital paulista são os responsáveis por convocar os protestos contra o governo da presidente Dilma Rousseff (PT). 

Um ponto comum entre eles é a defesa de mudanças no país, mas impeachment e intervenção militar estão entre os pontos de discordância. Veja abaixo o perfil e o que pensam líderes dos principais dos grupos:

Rubens Nunes, que pede o impeachment da presidente. Foto: Arquivo pessoal
Rubens Nunes, que pede o impeachment da presidente. Foto: Arquivo pessoal

Rubens Nunes, do grupo Movimento Brasil Livre (MBL)

QUEM É: O Movimento Brasil Livre (MBL) é organizado por jovens que defendem o livre mercado e o impeachment da presidente Dilma Rousseff.  Foi fundado em 2014. Diz contar com organizadores em 10 estados brasileiros. Um dos líderes do grupo é o advogado Rubens Nunes, de 26 anos.

O QUE DEFENDE: O advogado Rubens Nunes afirma que “elementos não faltam para o impeachment, seja  responsabilização por dolo ou por omissão (nos casos de corrupção na Petrobrás)”, diz. Ele diz não achar o ideal o país ser governado pelo atual vice-presidente, Michel Temer (PMDB). Admite, porém, que o impeachment de Dilma poderia ser apenas um “primeiro passo” no sentido de mudar o país.

SOBRE OS DEMAIS GRUPOS: Rubens Nunes aponta que há diferenças ideológicas e pleitos entre os grupos e critica a opção adotada por quem defende a instauração de um governo militar no país. “Além de impraticável, é inconstitucional e atenta contra a democracia”, afirmou.

Rogério Chequer, Vem Pra Rua. Foto: Divulgação
Rogério Chequer, Vem Pra Rua. Foto: Divulgação

[Rogério Cherquer, do] Vem Para a Rua

QUEM É: Grupo formado principalmente por empresários. Diz ser suprapartidário e ter como intenção protestar contra qualquer partido. Um dos líderes é o engenheiro e empresário Rogério Chequer, de 46 anos. Grupo foi criado em setembro de 2014.

O QUE DEFENDE: Grupo protesta contra a corrupção e a crise econômica. Pede mudanças nos rumos do governo. Defende a renúncia, mas não pede o impeachment. O grupo diz que não há fundamentos jurídicos para uma tentativa de tirar a presidente.

SOBRE OS DEMAIS GRUPOS: Diz que os demais grupos promovem “fogo amigo” com as acusações de que o grupo seja aparelhado para o PSDB. Nós não concordamos com toda a ideologias e os estilos de todos os outros movimentos. Agora, não vamos entrar nessa de gastar tempo e energia tentando gerar um fogo amigo dentro de uma oposição que deveria estar muito unida”, disse.

“Estaremos sempre ao lado de quem quer, de forma pacífica, democrática e constitucional, manifestar sua indignação e mudar o Brasil”, afirma o grupo em seu manifesto.

Renato Tamaio, que pede intervenção militar. Foto: Arquivo pessoal
Renato Tamaio, que pede intervenção militar. Foto: Arquivo pessoal

Renato Tamaio, do grupo Intervencionistas Independentes – S.O.S. Forças Armadas

QUEM É: Grupo defende a intervenção militar e diz que somente a saída da presidente não será suficiente. Diz que o movimento é 100% apartidário e sem relação com políticos.

O QUE DEFENDE: Renato Tamaio, industrial de 47 anos, diz que o grupo defende uma intervenção militar no país para depor a presidente, os deputados eleitos e ainda os ministros do Supremo Tribunal Federal. Segundo ele, o governo militar seria provisório, com o objetivo de fazer uma “faxina” e chamar novas eleições.

“Nós acreditamos nas instituições democráticas, sempre brigamos pela democracia. Mas hoje, os três pilares do estado brasileiro, o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, estão corrompidos. Além disso, o Legislativo e o Judiciário são submissos ao Executivo, e foi quebrado o princípio de independência entre os poderes. Tamaio afirma que os militares deveriam ainda estabelecer uma lei marcial no país, em que políticos corruptos poderiam ser julgados até mesmo por crime de traição.

SOBRE OS DEMAIS GRUPOS: Renato Tamaio critica os outros movimentos que participam do ato deste domingo, ao afirmar que o impeachment não seria a solução para o país. “Quem defende impeachment está aliado com políticos”, diz, sobre suposto financiamento do protesto por partidos de oposição.

Marcello Reis, do Revoltados Online. Foto: Divulgação
Marcello Reis, do Revoltados Online. Foto: Divulgação

Marcello Reis, do Revoltados Online

QUEM É: Marcello Reis, de 40 anos, afirma que o Revoltados Online surgiu há 11 anos combatendo a pedofilia na internet. Atualmente Reis, que é ex-pastor, diz estar desempregado. “Desde o dia 3 de dezembro de 2014. Trabalhava com comunicação numa rede social”.

O QUE DEFENDE: “O movimento representa a sociedade civil que está se politizando”, diz. De acordo com ele, o grupo é suprapartidário e desde 2013 vem pedindo o impeachment da presidente Dilma Rousseff. “Essa é a nossa bandeira”.  O grupo também defende o fim das urnas eletrônicas.

Para se financiar, o grupo vende camisetas e bonés pró-impeachement na internet.

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Nota: as expressivas fotos abaixo e em destaque são de outras publicações do G1 (TP)

SÃO PAULO - Família do Tocantins, em férias na capital paulista, fez cartazes pedindo a intervenção militar. "Na época dos militares nós éramos pessoas livres. Agora estamos presos em nossas casas,atrás de grades, não não temos liberdade de fazer um passeio", disse Ivair Liberato,50 anos. Foto e legenda de Letícia Macedo, no G1
SÃO PAULO – Família do Tocantins, em férias na capital paulista, fez cartazes pedindo a intervenção militar. “Na época dos militares nós éramos pessoas livres. Agora estamos presos em nossas casas, atrás de grades, não não temos liberdade de fazer um passeio”, disse Ivair Liberato, 50 anos. Foto e legenda de Letícia Macedo, no G1

Destaque: Foto de Humberto Trajano, no G1. [Com cultíssima  -além de constitucionalmente bem informada- tradução para o inglês, a manifestação da “tradicional família” na Praça da Liberdade, Belo Horizonte. TP]

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