CE – João Alfredo denuncia violência racista da segurança do shopping Iguatemi contra radialista cearense

Marcelo Coelho Moreira antes e depois da agressão
Marcelo Coelho Moreira antes e depois da agressão

João Alfredo

Marcelo Coelho Moreira é um jovem radialista cearense. No último dia 27, entretanto, sua vida saiu do comum: ele foi seguido, conduzido para fora e espancado por seguranças do shopping Iguatemi, numa condenação prévia pelo crime de ser negro, estar transitando pelas lojas e olhando produtos. Salvo por, em determinado momento, ter mostrado a carteirinha de radialista aos seguranças que o agrediam, Marcelo ainda traz no corpo as marcas do que passou. O caso foi divulgado por ele próprio nas redes sociais e, na manhã desta quarta-feira (3/12), denunciado pelo vereador João Alfredo (PSOL) na tribuna da Câmara Municipal de Fortaleza.

“Mesmo que ele fosse ladrão, era para ter sido levado para a polícia para tomar as providências. Segurança de shopping não é policial”, demarcou o vereador, avaliando que “o Marcelo foi vítima do racismo, da intolerância e da violência”. O parlamentar ainda acrescentou que a administração do shopping está ciente dos fatos uma vez que, na hora em que percebeu que estava sendo seguido, antes de ser levado para fora do shopping e espancado, Marcelo comunicou a gerência do estabelecimento.

Finalizando o pronunciamento, João Alfredo declarou sua solidariedade ao radialista e comprometeu-se a encaminhar o caso para as autoridades competentes via Comissão de Direitos Humanos. “Se o Iguatemi tomar uma atitude, quer dizer que não coaduna com isso. Se não tomar, quer dizer que é complacente”, observou o vereador do Psol, que também declarou “repúdio a essa violência inadmissível em pleno século XXI”.

Depoimento de Marcelo Coelho Moreira após a agressão (27/11):

“Gente, evitem ir ao Shopping Iguatemi Fortaleza. Eu fui perseguido por um policial-segurança do shopping. Ele me seguiu em vários locais do shopping, cheguei a ficar com medo por não saber se era ladrão, um louco ou sei lá quem. Depois um gerente de uma loja de lá me informou que ele é policial-segurança. Eu fui até o concieger e reclamei, pedi ao responsável para tomar uma providência. E no estacionamente esse segurança veio com outro policial, ambos a paisana, me botaram no carro de segurança do Iguatemi Fortaleza, me levaram ali pra uma rua próximo ao Parque do Cocó e me espancaram. Me chamaram de ladrão e de negro. Me revistaram e nada acharam e mesmo assim continuaram a me agredir. Jogaram spray de pimenta em mim (olhos, nariz e abrindo a minha boca borrifando sprays seguidamente). Me agrediram no rosto dando socos. E disseram que pelo fato de eu não comprar algo nas lojas eu estava sendo suspeito de roubo. Eu não posso ir só passear no Shopping? Eu não posso ir só pesquisar os preços? Agora somos obrigados a comprar senão somos agredidos fisicamente? Só pararam de me bater quando eu mostrei minha documentação de radialista (repórter de TV, locutor de TV e rádio e produtor de TV). Me ameaçaram de morte. Estou processando o Shopping Iguatemi Fortaleza. E divulgarei nas TVs (local e nacional). Por favor compartilhem e me ajudem na divulgação e punição. Muito obrigado. Forte abraço e fiquem com deus”.

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