O governo federal marcou para semana que vem a apresentação do texto que deve ser levado ao Congresso Nacional com o objetivo de propor mudanças na administração dos clubes de futebol. O ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, se reuniu ontem (6) com representantes do Bom Senso F.C., movimento que pede uma reforma no futebol brasileiro, e defendeu reformas na gestão do esporte no país.
De acordo com o jogador Paulo André, que participou da reunião, o ministro disse que o governo quer uma “reforma profunda” no futebol brasileiro. “O governo foi incisivo, dizendo que a reforma deve ser profunda, e vai apresentar a proposta deles na próxima semana”. Paulo André explicou ainda que o Bom Senso F.C. vem conversando com os clubes sobre um texto que atenda ao interesse de todos. Nas últimas conversas, no entanto, houve divergências entre as partes.
“São diversos pontos que foram alterados desde o último acordo que tínhamos com os clubes. Dentre eles, a criação de um teto salarial, algo que defendemos, mas que os clubes excluem do projeto. A gente também defende a democratização da CBF [Confederação Brasileira de Futebol], com direito a voto aos atletas, e a limitação de mandato, sendo um mandato e uma recondução”, disse.
O atleta, que jogava no Corinthians até o início do ano e atualmente joga pelo Shanghai Shenhua, da China, explicou que o governo federal deve analisar as propostas dos clubes e do Bom Senso F.C. Com base nisso, deverá ser apresentada uma proposta para o projeto da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) do Esporte, que trata da renegociação das dívidas dos clubes.
“O governo deve apresentar a posição dele, e é trabalho de todos tentar compor da melhor maneira possível para que esse projeto possa ser aprovado. Os clubes estão necessitados, mas, ao mesmo tempo, sabemos que é uma oportunidade de ouro para desenvolver e reformar o futebol brasileiro, e a gente não pode perder isso”, disse. Segundo Paulo André, os clubes têm urgência para aprovar o parcelamento da dívida fiscal.
O ministério tem se reunido frequentemente com representantes do movimento e dos times. Desde maio deste ano, a presidenta Dilma Rousseff recebeu duas vezes o Bom Senso F.C., que manifestou, no último encontro, a intenção de incluir outras punições a clubes que não pagam o salário dos jogadores.
*Colaborou Paulo Victor Chagas