Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas
Nos sertões de Minas Gerais, uma ampla gama de diversidade de espécies cultivadas e nativas é manejada por agricultores e agricultoras familiares, povos e comunidades tradicionais. De geração em geração vêm sendo conservadas, multiplicadas e melhoradas por povos indígenas, quilombolas, vazanteiros, veredeiros, caatingueiros, apanhadores de flores, geraizeiros e sertanejos que compõem a sociodiversidade no Norte de Minas Gerais e do Vale do Jequitinhonha.
Mas esta marca da ancestralidade encontra-se sob risco. Os modos de vida e a soberania alimentar desses grupos estão sendo ameaçados pelas mudanças climáticas, agravadas pelo desmatamento, implantação de monoculturas de eucalipto e outras tensões ambientais como grandes barragens, mineração e criação de parques naturais sobre seus territórios. Soma-se a isso, a invasão de sementes transgênicas na região, colocando em risco um vasto patrimônio genético.
No entanto, mesmo privados da liberdade, a intensa mobilização política destes povos e comunidades tradicionais mostra que a proteção da agrobiodiversidade é possível, desde que seus saberes e fazeres sejam valorizados pela sociedade mais ampla e seus territórios reconhecidos enquanto patrimônio cultural a ser protegido.
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Enviada para Combate Racismo Ambiental por Carlos Alberto Dayrell.