Países devem investir em inovação para a agricultura familiar, alerta FAO

Países devem investir em inovação para a agricultura familiar, alerta FAO. Antonio Cruz/Agência Brasil
Países devem investir em inovação para a agricultura familiar, alerta FAO. Antonio Cruz/Agência Brasil

Michèlle Cannes – Repórter da Agência Brasil

As propriedades familiares são parte importante na luta para garantir a segurança alimentar mundial e o desenvolvimento rural sustentável. Para isso, porém, é preciso investir em inovação a fim de melhorar a produção e as práticas de gestão com o objetivo de mudar a realidade de muitos desses agricultores. Esses dois aspectos foram os pontos analisados no relatório O Estado Mundial da Agricultura e da Alimentação, 2014: Inovação na Agricultura Familiar, produzido pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e publicado hoje (16), no Dia Mundial da Alimentação.

“A agricultura familiar é, de longe, a forma dominante de agricultura no mundo. Estima-se que ocupe cerca de 70% a 80% das terras agrícolas e produza mais do que 80% dos alimentos no mundo em termos de valor”, ressalta o estudo. (mais…)

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Comissão da Verdade de SP faz audiência sobre Esquadrão da Morte

Bruno Bocchini – Repórter da Agência Brasil

 A Comissão da Verdade do Estado de São Paulo – Rubens Paiva fez ontem (15) um debate sobre o Esquadrão da Morte paulista, que atuou de 1968 a 1971, durante a ditadura militar. Os especialistas ouvidos destacaram o papel do Estado na organização dos grupos de extermínio e a seletividade das vítimas.

“Se perguntarem para um rapaz que está no curso elementar [ensino médio], ele não sabe o que foi o Esquadrão da Morte. Ninguém sabe que o Esquadrão da Morte era um órgão do Estado. O Estado é que organizou os esquadrões para cumprir o papel de algoz da subversão”, ressaltou o jurista Hélio Bicudo, que atuou como procurador de Justiça no combate ao esquadrão.

Bicudo esteve à frente das investigações do grupo de extermínio formado por policiais civis no fim dos anos 1960 e início dos anos 1970. Ele foi afastado do caso após um ano de atuação, por influência do governo do estado.

“Mas o que fizemos durante esse ano foi o bastante para mostrar quem era o Esquadrão da Morte. Depois disso, a atuação do esquadrão arrefeceu, e desapareceu da crônica judiciária”, destacou Bicudo. (mais…)

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Comunidades ciganas de BH se tornam patrimônio imaterial

Comunidades ciganas foram aprovadas como patrimônio imaterial do município durante solenidade
Comunidades ciganas foram aprovadas como patrimônio imaterial do município durante solenidade

Letícia Alves – Hoje em Dia

As comunidades ciganas Guiemos Kalon, localizadas nos bairros São Gabriel e Céu Azul, na região Nordeste de Belo Horizonte, foram aprovadas como patrimônio imaterial do município pela Fundação Municipal de Cultura, nesta quarta-feira (14). No total, 109 famílias e 300 pessoas fazem parte das comunidades. Somente no São Gabriel, a comunidade está estabelecida há mais de 30 anos.

O presidente da Fundação,  Leônidas Oliveira, destacou que essa ação é pioneira no Brasil e representa o salvaguarda da cultura cigana. “É o reconhecimento por parte da cidade da importância dos ciganos. A partir disso, há uma série de benefícios para a preservação da cultura e do território.  Eles podem, inclusive, ter projetos pela lei de incentivo à cultura”.  A solicitação foi feita em 2013 pela coordenadora de promoção da igualdade racial.

Enviada para Combate Racismo Ambiental por José Carlos.

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Fechar clínicas é enxugar gelo. Só a ampliação do direito ao aborto resolve, por Leonardo Sakamoto

Leonardo Sakamoto

Mais de 50 pessoas foram detidas, nesta terça (14), suspeitas de envolvimento com clínicas clandestinas de aborto, pela Polícia Civil do Rio de Janeiro. A quadrilha, que envolvia médicos (reais e falsos), policiais, advogados e militares, cobrava até R$ 7,5 mil por procedimento, de acordo com reportagem do UOL.

É fácil encontrar clínicas de aborto em qualquer grande cidade brasileira. Se você pertence à classe média alta paulistana, conhece ou tem alguma amiga que poderia apontar casas na Zona Oeste ou na Zona Sul. Lá a intervenção é controlada – o que não acontece em todas as clínicas.

De qualquer forma, vamos ser bem diretos: clínica de aborto ilegal é uma droga. Não deveria existir. O direito ao aborto, que já é garantido em casos de estupro ou risco de vida para a mãe precisa ser estendido para todas as outras situações até determinado mês de gestação. Dessa forma, mulheres seriam atendidas em hospitais privados e públicos com toda a segurança e sem medo. E muitas clínicas clandestinas deixariam de existir.

Pois uma mulher que está desesperada para abortar vai abortar. Quer você, o Estado e Deus gostem ou não.

A polícia constatou que as clínicas ilegais atendiam sempre “em locais sem quaisquer condições de higiene e salubridade, expondo a risco a integridade física e a saúde das pacientes”. (mais…)

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Nota Pública da APIB aos candidatos em 2º turno à Presidência da República do Brasil

apibO movimento indígena, através da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil – APIB, vem a público manifestar sua permanente indignação com o modo como os grandes partidos que controlam o poder no País tem desconsiderado os direitos constitucionais dos nossos povos originários, fato que se reflete no modo como esse tema tem sido ignorado sistematicamente na campanha eleitoral.

No primeiro turno, redigimos uma carta pública a todos os candidatos à presidência apresentando nossas pautas, e solicitamos audiências com todos eles para expor nossas razões e nossas reinvindicações. Conseguimos ser recebidos apenas pela candidata Marina Silva, agora derrotada. Após a audiência com a ex-candidata, recebemos diversos acenos da candidatura da atual Presidenta Dilma Rousseff, que estava naquele momento em queda nas pesquisas, e expressou intenção de agendar audiência semelhante. Após subir nas pesquisas de primeiro turno, entretanto, a presidenta não se dispôs mais a nos receber.

É público e notório o descaso com os povos indígenas que marcou o primeiro governo da Presidenta Dilma Rousseff, que se esforçou a cada dia mais para estreitar suas alianças com o agronegócio. Em todo seu mandato, recebeu apenas uma vez nossas lideranças indígenas, pressionada pelas manifestações de junho. Entretanto, não cumpriu com nenhum dos compromissos afirmados, e permitiu que seu Ministro da Justiça paralisasse completamente as demarcações de terras no país.

Quanto ao candidato Aécio, no primeiro turno expressou publicamente ao agronegócio, por ocasião da sabatina na Confederação Nacional de Agricultura (CNA), seu apoio descarado à PEC 215, principal projeto de ataque aos nossos direitos, às nossas vidas e ao nosso futuro, sendo aplaudido de pé por nossos principais inimigos. Agora no segundo turno, o candidato Aécio, ao mesmo tempo em que recusa a se reunir conosco para receber nossas demandas, finge recuar de sua aliança orgânica com o ruralistas no ataque aos nossos direitos, com o mesmo oportunismo com que Dilma ensaiou uma aproximação conosco para tentar disputar o eleitorado que migrava para Marina. (mais…)

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Valorização da população negra é tema do Prêmio João Cândido

Pessoas e entidades que promovem ações de valorização dos afro-brasileiros podem inscrever suas iniciativas até 5/11. A honraria consiste no recebimento de um busto em miniatura de João Candido Felisberto, também conhecido como o “Almirante negro”

SEPPIR – Estão abertas, até 5/11, as inscrições para o Prêmio João Cândido 2014. Podem se candidatar pessoas ou entidades que se destacaram com iniciativas que valorizam a população negra. O formulário de cadastro deve ser encaminhado para os e-mails [email protected] ou [email protected]. Veja o edital aqui.

A premiação ocorrerá em solenidade a ser realizada no dia 21 de novembro, durante a Semana da Consciência Negra do Grupo Hospitalar Conceição – GHC, em Porto Alegre – RS.

A honraria consiste no recebimento de um busto em miniatura de João Cândido Felisberto, também conhecido como o “Almirante negro”. A obra será confeccionada em terracota pelo artista plástico Nilton Antonio Maia, devidamente identificada com o nome do(a) homenageado(a), categoria e ano de concessão. (mais…)

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O ‘pão de cada dia’ e o salário mínimo, artigo de Roberto Malvezzi (Gogó)*

[EcoDebate] Nesse segundo turno votarei no salário mínimo.

As informações nos dizem que 80 milhões de brasileiros vivem desse salário. Outros 40 milhões sequer recebem um mínimo.

Nele eu vejo o rosto de trabalhadores do campo e da cidade, desde os aposentados rurais, pescadores, a maioria dos dependentes da previdência social, balconistas de lojas e redes de supermercados, inclusive a juventude dependurada nos telefones dos call centers. Vejo inclusive gente da minha própria família.

Nas grandes cidades essas pessoas gastam quatro horas nos ônibus, trabalham duro oito horas por dia, se arrebentam a semana inteira para ao final do mês ganhar um salário mínimo. É o povão brasileiro, cujas referências não vão muito além da família, do grupo de amigos, ou de alguma igreja do bairro.

No tempo de FHC o salário mínimo valia em torno de 60 dólares, correspondendo hoje a cerca de 150,00 reais. Mesmo com a desvalorização do dólar, hoje ele não passaria de 400,00 reais. Muito distante dos 724,00 reais do mínimo atual. E esse longe do cálculo do DIEESE, pelo qual o mínimo deveria estar em 3.079,00 reais para sustentar uma família de cinco pessoas.

Armínio Fraga, o homem que será o dirigente econômico caso Aécio seja eleito, já disse que o “salário mínimo do Brasil está muito alto” (Youtube, TV Estado). Aécio disse que o importante é a economia, não o salário mínimo. Portanto, quando for fazer os ajustes econômicos tão pedidos pelo mercado, já sabemos por onde ele vai começar. (mais…)

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SOS! O ‘Tempo da Resistência’ Continua: Aclamado Museu da Maré Protesta Contra Despejo

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Andrea Cangialosi – Rio On Watch

Após sete anos fornecendo um espaço aclamado de preservação histórica, de cultura e arte no Complexo da Maré, o Museu da Maré está marcado para ser despejado, e têm 90 dias para desocupar o prédio onde fica.

“Aqui, a resistência sempre tem sido necessária. Mas resistir sozinho é impossível” – placa no Museu da Maré

A frase citada acima, encontrada na exposição Tempo da Resistência (um dos vinte temas que estruturam a exposição permanente do museu), mostra a realidade do Museu da Maré, onde centenas de pessoas compareceram para apoiar a permanência do Museu durante o protesto cultural da semana retrasada, chamado de ‘’Primavera da Resistência: Museu, Memórias, Utopias’’. O protesto mostrou a importância do museu para a comunidade através de oficinas, excursões guiadas gratuitas e sessões de assinaturas de petições contra o despejo. (mais…)

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“Preso, aprendi cedo tudo sobre crime e roubo”

"Aqui estou eu, no Instituto para Menores Delinquentes de Mogi Mirim (à direita, à frente), preso, aos 16 anos junto com meus 'sócios'. Todos foram mortos antes de chegarem ao 18 anos, sou o único sobrevivente"
“Aqui estou eu, no Instituto para Menores Delinquentes de Mogi Mirim (à direita, à frente), preso, aos 16 anos junto com meus ‘sócios’. Todos foram mortos antes de chegarem ao 18 anos, sou o único sobrevivente”

O escritor Luiz Alberto Mendes Jr. passou por instituições sócio-educativas como menor infrator e como professor. “Reduzir a maioridade penal não resolve”

por Luiz Alberto Mendes Jr. — Carta Capital

Quando eu era menino, a Carteira de Trabalho do Menor era cedida aos 14 anos. Com uma autorização assinada pelo meu pai, contudo, comecei a trabalhar aos 12. Havia fugido de casa com 11 anos, fui capturado pela polícia e, depois de 3 meses em uma prisão para menores de 14 anos, levaram-me para casa. Depois da surra de praxe, veio ultimato de meu pai: “vai trabalhar, eu não quero vadio em casa”. Escola era o fim do mundo para mim. Os professores batiam, nós alunos brigávamos entre nós, era tudo um inferno. Fui então atrás de trabalho, mas acabei ficando pela rua novamente. Em minha juventude as pessoas trabalhavam e, ainda assim, passavam necessidades. O país progrediu, a vida ficou mais mansa e o homem pode cuidar melhor de sua prole. O jovem hoje tem mais tempo para se preparar e encarar suas responsabilidades sociais. Mas porque ainda se envolvem em crimes como nós, que éramos tão ignorantes e pressionados? (mais…)

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