Seminário Regional de Mulheres Indígenas discute políticas públicas e problemas sociais nas comunidades

Mulheres indígenas buscam discutir políticas públicas e problemas sociais nas comunidades
Mulheres indígenas buscam discutir políticas públicas e problemas sociais nas comunidades. Foto: Mayra Wapichana- CIR

Ascom – CIR

Mulheres indígenas de três regiões do Estado, Serra da Lua, Raposa e Baixo Cotingo, participam desde ontem (2) do Seminário Regional de Mulheres Indígenas, no Centro Regional Lago Caracaranã, na região da Raposa, Terra Indígena Raposa Serra do Sol, município de Normandia (RR). A atividade encerra amanhã, 4 de agosto.

O evento, promovido pela Secretaria do Movimento de Mulheres Indígenas e Departamento Jurídico do Conselho Indígena de Roraima (CIR), é fruto da articulação e parceria com a Fundação Ford, e busca discutir os assuntos referentes à violência (física e psicológica), direitos, alcoolismo, tráfico de crianças e adolescentes, saúde da mulher e políticas públicas. Participam da atividade aproximadamente 200 mulheres indígenas.

 O debate inicia com os temas sobre violência (física e psicológica), direito e saúde da mulher indígena. Para mediar esse tema, as mulheres indígenas contam com a presença da advogada Joênia Wapichana, coordenadora do departamento jurídico do CIR e da estudante indígena do curso de Medicina da Universidade Federal de Roraima, Josidene Marques.

No segundo dia, o evento traz para discussão um assunto que vem causando preocupação às comunidades indígenas, que é a exploração sexual de crianças e adolescentes, além de informações sobre o Programa Mulheres Mil e Ação Saberes Tradicionais, Programa de Saúde da Mulher prestada pela Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI) e o debate sobre políticas públicas destinadas as mulheres. Participam da mediação desse dia, as representantes do Juizado da Infância e da Juventude, do Instituto Federal de Roraima (IFRR), da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), do Instituo Patrimônio e Histórico Artístico Nacional (IPHAN), Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Instituto Insikiran da UFRR, e outras instituições convidadas.

Para o encerramento, um panorama das últimas conquistas das mulheres indígenas e avaliação do seminário. Uma carta com as demandas específicas de cada região será elaborada e destinada aos órgãos públicos.

A cada ano a Secretaria de Mulheres Indígenas vem se fortalecendo enquanto movimento de articulação das mulheres indígenas e com isso, a necessidade de discutir novos caminhos de atuação, não só de articulação, mas também como executora de ações próprias, tendo assim, melhores condições de atender as demandas oriundas das comunidades indígenas seja no campo político, social ou cultural das mulheres.

“Embora com muitos avanços, nós mulheres precisamos nos fortalecer, ser unidas e valorizar o nosso protagonismo na sociedade, nas comunidades e perante o movimento indígena”, destaca a Secretária do Movimento de Mulheres, Telma Marques Taurepang.

A Secretaria chama a atenção do poder público, para que incluam nos planos anuais, as demandas específicas das mulheres indígenas.   “Com a realização do seminário, além de gerar um debate político entre as mulheres, o objetivo também é chamar a atenção dos órgãos públicos no sentido de terem um olhar diferenciado para as mulheres indígenas e que as demandas apresentadas possam ter retorno positivo”, completa a Secretária.

Além do apoio da Fundação Ford, que desde 2013 vem prestando um importante serviço às iniciativas do CIR na área jurídica e ao movimento de mulheres, o evento recebe a contribuição da Fundação Nacional do Índio (Funai), órgão indigenista indispensável para as ações coletivas dos povos indígenas, nesse caso, as mulheres indígenas.

A atividade é a primeira envolvendo três regiões, e a meta é atingir as nove regiões de atuação da Secretaria do Movimento de Mulheres indígenas de Roraima. 

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