Audiência Pública diz não a exploração do gás de xisto na região oeste

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Agora a Câmara vai criar um projeto de lei para proibir a técnica em Cascavel

Jornal da Catve – O interesse no assunto foi tanto que o plenário da Câmara ficou pequeno e saguão teve que acomodar parte dos participantes.

As manifestações tanto positivas quanto negativas apontavam na maioria contra o fracking, também conhecido como fraturamento hidráulico, método utilizado na extração de gás de xisto e teve uma audiência pública.

Alguns até literalmente vestiram a camisa. O grupo formado pela maioria por professores e acadêmicos se mobilizou contrário a extração, opinião estampadas nas camisetas.

Cascavel entrou neste debate porque terras do município fazem parte de um dos lotes leiloados para que o gás de xisto seja removido do subsolo, um processo considerado por estudos prejudicial ao meio ambiente porque funciona com a injeção de toneladas de água e produtos químicos que quebram as rochas para chegar ao produto. 

Vários países da Europa não permitem a técnica e a ideia era saber se Cascavel diria sim ou não ao fracking, por isso a comissão de meio ambiente da Câmara realizou o debate, já havia tido uma discussão prévia em um Fórum no mês de junho. Advogados, vereadores e especialistas no assunto fizeram parte da mesa. 

Uma das partes envolvidas na polêmica não compareceu ao debate. A ANP (Agencia Nacional do Petróleo), responsável pela rodada de leilões para a extração do xisto na região de Cascavel recebeu um convite, mas não mandou nenhum representante.

Do lado dos que não exatamente defendiam o método, mas que levantam a bandeira da precaução estavam o presidente da Copagas e o diretor da Copel. A companhia de energia é integrante do consórcio que arrematou blocos no Paraná, inclusive os da região oeste. Por conta das mobilizações a justiça suspendeu os leilões, foram quase quatro horas de discussão. Parte do tempo foi direcionado ao público para perguntas.

No fim os encaminhamentos. Sete deles foram apresentados e colocados em votação. O principal era para que os vereadores criassem um projeto de lei com a proibição da técnica na cidade. O plenário foi unânime no sim.

Além da proibição que depende da aprovação do projeto, ficou definido que a comissão do meio ambiente vai enviar as deliberações de Cascavel para todas as Câmaras de Vereadores do país para que outras possam refletir as medidas. Ainda foi imposto que os candidatos para as eleições deste ano aqui na região deverão ser questionado sobre o fracking, que o conselho nacional do meio ambiente receberá um ofício para realizar audiências públicas em todo o país, que sejam criadas conferências municipal e estadual de energia e também que seja mantida uma comissão de estudos geológicos para se aprofundar na pesquisa do método.

Os representantes das companhias de gás e de energia foram voto vencido. Eles afirmaram que no futuro a cidade poderá ter prejuízos financeiros pela proibição. Para a população, uma batalha vencida.

Enviada para Combate Racismo Ambiental por Juliano Bueno de Araujo.

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