MS – Por mais segurança, indígenas fecham rodovia em Dourados e exigem presença da Agesul ou MPE

Indígenas se revezam no bloqueio, no Anel Viário de Dourados (Foto - Douradosagora)
Indígenas se revezam no bloqueio, no Anel Viário de Dourados
(Foto – Douradosagora)

Luciana Brazil, Campo Grande News

Índios da aldeia Bororó continuam bloqueando o trecho da Perimetral Norte, entre a avenida Guaicurus e a rodovia MS-156, em Dourados, a 233 quilômetros de Campo Grande. A passagem de veículos foi fechada após indígena de 46 anos ser atropelada na via na tarde de ontem (20). De acordo com o site Dourados Agora, o presidente do Conselho Indígena, o caiuá Silvano da Silva Duarte, garantiu que a estrada continuará fechada nesta segunda-feira (21). Os índios exigem que representantes da Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos) ou do MPE (Ministério Público Estadual) compareçam na rodovia.

A reportagem entrou em contato com a Agência e aguarda retorno. O órgão deve informar se enviará representantes até o local.

O trecho foi interditado com pedaços de galhos e madeiras na noite de ontem depois que Lenilza Nunes Fernandes, moradora da aldeia, foi atropelada na via. Ela está internada na UTI (Unidade de Tratamneto Intensivo). AS informações são de qua a vítima está em estado grave.

“Ninguém vai passar até que venham conversar com a gente”, Duarte. “A gente mora aqui e não vai sair”.
Segundo ele, o objetivo é obter garantia de que haverá sinalização no local. A comunidade pede redutor de velocidade, lombada e passagens de pedestres e ciclistas, o que já existe na rodovia, entre Dourados e Itaporã. Eles querem ainda que sejam instaladas placas de sinalização indicando o local como área indígena.

“Os motoristas que vêm de fora não têm culpa, pois eles não sabem que aqui é área indígena. Para eles, a gente nem existe”, diz. Caso seja necessário, os índios não descartam a ideia de escavar um “valetão” para bloquear definitivamente o tráfego.

Segundo Duarte, já são três atropelamentos de índios em 90 dias. “Não tem segurança. Aqui, isso não vai acontecer de novo”, desabafa. O número de indígenas vítimas de acidente no local vem crescendo e o bloqueio quer chamar atenção da classe política por mais segurança na via.

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