Rede Brasileira de Justiça Ambiental realizará seu sexto encontro nacional

FASE – O VI Encontro Nacional da Rede Brasileira de Justiça Ambiental (RBJA) acontecerá na capital mineira Belo Horizonte entre os próximos dias 24 e 26 de julho. Cerca de 150 pessoas de diversas regiões do país devem participar do evento. Entre os principais objetivos está a construção coletiva de um diagnóstico crítico sobre a conjuntura e as desigualdades ambientais ligadas ao atual modelo de desenvolvimento.

Segundo a RBJA, está evidente que a reprodução da forma atual de acumulação de riqueza na sociedade só é possível por meio da produção de injustiças. “Nessa perspectiva são as áreas onde vivem populações pobres, negras e indígenas as que recebem as atividades mais poluentes e são estes grupos que estão mais expostos a riscos e problemas ambientais”, comenta Julianna Malerba, do Colegiado Político da RBJA e da FASE.

Ela alerta que essa também é uma realidade no Brasil. “Temos uma avaliação de que a retomada, nos últimos 10 anos, do papel do Estado como indutor do crescimento econômico impõe novos desafios para a agenda socioambiental. O financiamento de programas de inclusão social e o estímulo ao mercado interno que marcam o período se viabilizaram graças à expansão das fronteiras de exploração de recursos naturais”, expõe.

Julianna também chama atenção para a importância do debate quando aponta para uma relação contraditória: “o compromisso com a superação da desigualdade e da pobreza tem impulsionado a expansão de atividades extrativas e intensivas no uso dos recursos naturais e impactado, justamente, os grupos historicamente vulnerabilizados, que detém menos poder”.  

RBJA existe desde 2002 e reúne cerca de 100 movimentos sociais, entidades ambientalistas, organizações, associações de moradores, órgãos de ensino e pesquisadores universitários que se unem em torno do campo político de defesa da Justiça Ambiental. Trata-se de marco conceitual que aproxima as lutas populares pelos direitos sociais e humanos, por qualidade de vida e pela sustentabilidade ambiental. Impactados por conflitos relacionados à expansão das atividades petrolíferas e mineradoras estarão em seu VI Encontro Nacional. Indígenas, pescadores, ribeirinhos, cujos direitos territoriais vêm sofrendo ataques pelo agronegócio, também pautarão os debates.

Enviada para Combate Racismo Ambiental por Vania Regina Carvalho.

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