Segundo Tonico Benites, coordanador do encontro, eles representam mais de 180 mil índios no Brasil
Por Leandro Lopes
No dia 21 de julho, segunda-feira, às 10h, a programação do Festival de Inverno da UFMG dá espaço para todos que se interessem pela temática indígena para ouvir, discutir e colaborar para os assuntos que envolvem a história e a atualidade dos índios brasileiros. Trata-se da Grande Assembleia (Aty Guasu) dos Povos Indígenas no Brasil, que será aberta, sem que seja preciso fazer inscrições.
Mais de 15 lideranças indígenas estarão presentes, como os Guarani e Kaiowá, Gurani Mbya, Terena, Kayapó, Munduruku, Tupinambá, Guajajara, Tukano, Krenak, Txucarramae, Maxakali e Kainkang. A coordenação do encontro é do guarani-kaiowá Tonico Benites, mestre e doutorando em Antropologia Social pela UFRJ.
“É importante dizer que esses 15 distintos povos indígenas convidados pertencem a cinco regiões e representam mais de 180 mil índios no Brasil. São povos resistentes que, de modos similares, lutam reiteradamente pelo reconhecimento oficial da parcela de seus territórios tradicionais, retomando e reivindicando a posse definitiva de suas terras. Cada povo indígena convidado possui sua história e trajetória de relação interétnica específica, é portador de uma religião e uma cultura própria e diferenciada, possui sua especificidade, identidade étnica e língua própria”, lembra Tonico.
Segundo ele, esses povos indígenas, de forma semelhante, sofreram e ainda sofrem a expulsão de seus territórios pela política homogeneizante e autoritária do Estado brasileiro. “Como sabemos, em diversas regiões do atual Brasil, houve um progressivo processo de territorialização dos povos indígenas, ritmado por uma paulatina política comum nacional de expropriação, causando o genocídio e as violências diversas”, alerta ele. Tonico lembra que todo esse processo é um projeto histórico brasileiro que levou os diversos povos indígenas a serem dispersos, dizimados e encurralados nos pequenos espaços de terras, chamados de postos indígenas, onde sofrem dominação.
Eis um dos objetivos do encontro: socializar, visibilizar e divulgar a luta comum permanente desses povos indígenas brasileiros diferentes. Além disso, discutir os maiores problemas que esta população enfrenta atualmente. Como, por exemplo, o não reconhecimento e a regularização das terras, o combate ao racismo e a discriminação.
“Como o 46º Festival de Inverno ocorrerá no campus da UFMG, em Belo Horizonte, os participantes desse evento serão também professores, pesquisadores, acadêmicos, políticos, pessoas envolvidas em movimentos sociais e jornalistas. Por essa razão, o evento será um espaço fundamental para potencializar as discussões sobre as situações atuais e demandas contemporâneas dos povos indígenas no Brasil”, afirma Tonico.
E, espera-se todos vocês! Participe!
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