Indígenas paraguaios denunciam apropriação indevida de terras por empresários brasileiros

Direitos indígenas são constantemente violados por grandes fazendeiros no Paraguai. Foto:  Wikicommons
Direitos indígenas são constantemente violados por grandes fazendeiros no Paraguai. Foto:  Wikicommons

De acordo com o grupo, terras em que vivem foram vendidas e posteriormente alugadas; confronto para desalojamento deixou um morto

Opera Mundi

Representantes da comunidade inígena Yâoapo denunciam os “abusos das empresas” que querem desalojá-los de suas terras no distrito de Corpus Christi, departamento de Canindeyú, no norte do país. A tentativa de desalojamento, na semana passada, deixou um morto e 12 feridos.

“Este é nosso território ancestral, aqui estão os ossos de nossos avôs e bisavós e não temos outro lugar para onde ir”, ressaltaram os líderes da comunidade Yâoapo em pronunciamento realizado nesta sexta-feira (20/06).

Os indígenas anunciaram que vão defender as “humildes moradias” que não foram destruídas pelos guardas das empresas que tentaram realizar o desalojamento.

O grupo afirma que mediante um acordo ilegal, a empresa Laguna, cujos proprietários são colonos brasileiros e paraguaios, aparece como arrendatária das terras em litígio, embora os indígenas vivam no local há vários anos.

De acordo com os indígenas, os terrenos que eles ocupavam “foram titulados e vendidos a uma empresa, a qual depois alugou para outra”, sem comunicá-los.

O primeiro que os expulsou das terras em maio passado foi um colono brasileiro da Fazenda Americana. De acordo com a agência Prensa Latina, atualmente a empresa alugou o imóvel a outro brasileiro da firma Laguna para o plantio de soja, trigo, entre outros cultivos por um prazo de 15 anos.

Cerca de 1.500 hectares aproximadamente foram desmatadas pelos responsáveis pela empresa, fato que já foi denunciado ante à Promotoria paraguaia.

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