Funai – O encontro ocorreu na última segunda-feira (09) com a presença da presidenta da Funai, Maria Augusta Assirati, lideranças indígenas da Paraíba e representantes da Secretaria Especial de Saúde Indígena- Sesai, em Baía da Traição, município da Paraíba.
Na pauta questões como demarcação de terras, saúde, educação e a necessidade de fortalecimento do órgão indigenista.
Ao iniciar a reunião os índios saudaram à todos com o tradicional ritual do Toré. Na fala de abertura, a presidenta da Funai, chamou a atenção para o atual momento da Fundação, que envolve questões como críticas por parte do Congresso Nacional e de pessoas ligadas ao agronegócio ao órgão indigenista, o orçamento reduzido e a falta de pessoal para executar os trabalhos da Funai, “com mais gente e presença efetiva de servidores nas Coordenações Regionais e Técnicas Locais teremos condições de fazer um trabalho melhor pelas políticas indigenistas”, afirmou a presidenta.
Para Maria Augusta, os povos indígenas são parte da solução dos problemas do país, “é a luta de vocês que mantêm os Povos Indígenas vivos no Brasil”, afirmou.
Durante o encontro foram dadas respostas de demandas anteriormente apresentadas à Funai, como a troca do coordenador regional da CR Nordeste II, uma melhor distribuição dos recursos e de pessoal para atender de forma mais eficiente as necessidades de todos os Povos Indígenas da região, apoio da Funai para realização do Censo, unindo esforços como Sesai e governo do Estado, além de uma reforma na CTL, construída em 1930 e que nunca passou por obras de reparação.
Ao final do encontro, os indígenas entregaram documentos para a presidenta com pedidos de reivindicação fundiária da Terra Indígena Tabajara, com fotos de algumas invasões e empreendimentos dentro da Terra Indígena, além de uma reiteração de solicitação do Povo Indígena Potiguara da Paraíba, localizados nas Terras Indígenas Potiguara, Monte Mor e Jacaré de São Domingos, nos municípios de Baia da Traição, Marcação e Rio Tinto, com uma população de aproximadamente 21 mil indígenas.
O Povo Potiguara
No início do século XVI, a região onde está localizada a Baía da Traição, era habitada pelos Potiguara. Com a chegada do “desenvolvimento” e a invasão dos não índios na região, o índio Potiguara começou a se dividir. Hoje são quase nove mil índios e vinte e quatro aldeias.
Os Potiguara buscam meios de reafirmar os valores sociais, retomando a língua nativa, o Tupi Antigo, desde 2001, além das tradições.
O Toré
O Toré é uma dança sagrada, significa a própria cultura indígena, ele é o símbolo da luta e resistência ao longo dos 505 anos. O toque dos tambores e o som da gaita significam que os guerreiros ainda lutam e resistem.
As músicas entoadas durante o Toré, retratam os momentos de lutas e vitórias, relatam também a crença e a beleza doa animais nativos.
A pintura corporal é feita com o urucum para realçar ainda mais o ritual indígena.