DF – Encontro Nacional do Movimento Quilombola

cartaz demarcaçaoPor Clemir Mineiro

Iniciamos ontem, dia 26 de maio de 2014, na cidade de Planaltina – Distrito Federal, o Encontro Nacional de Comunidades Quilombolas com o objetivo de partilhar e articular as lutas das comunidades quilombolas para defenderem e garantirem seus direitos, sobretudo o direito aos nossos Territórios.

Este Encontro acontece num momento difícil de nossa história. Passados mais de 25 anos da promulgação da Constituição Cidadã, o direito aos nossos territórios estão sob ataque das bancadas ruralistas no Congresso, dos governos a serviço do agronegócio, das hidroelétricas, da mineração, da pecuária… O resultado desses ataques são sentidos todos os dias em nossas comunidades sob a forma de ameaças contra nossa vida, nas moradias, nossas roças, sob a forma de criminalização de nossas organizações e de nossas lideranças, a exemplo do que ocorre com lideranças do território quilombola de Brejo dos Crioulos, no norte de Minas Gerais e em outros Estados.

Ao longo do dia de hoje as comunidades quilombolas presentes compartilharemos nossas lutas diárias em nossos territórios, nossos enfrentamentos com latifundiários, com a Suzano papel e celulose, com mineradoras, barragens. Além do enfrentamento ao descaso dos governos quanto à efetivação de políticas públicas como educação, saúde, saneamento básico deveres de Estado. Tal situação gera a precarização da situação econômica, social e política das comunidades quilombolas, tornando-as reféns de um estado e governos que há 514 anos exploram e violentam os povos.

Essa situação foi agravada com a implementação de grandes obras e megaeventos que como legado tem deixado milhares de famílias sem terra, sem casa, sem saúde e sem educação enquanto uma minoria não pára de enriquecer. 

Mesmo diante dessa situação, as partilhas das lutas apontam para a necessidade de um novo processo de organização e resistência fortalecendo o protagonismo das comunidades quilombolas, dos povos originários e empobrecidos das periferias das nossas cidades, ou seja, os deserdados da terra.

Ecoou fortemente o grito que não cederemos diante das infâmias genocidas e racistas dos que pretendem retirar os nossos direitos.

Seguimos a nossa luta de forma autônoma diante do Estado, dos governos e partidos. 

Porque a luta não pára!

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