O Toque dos Àdjàs Contra o Racismo e a Intolerância Religiosa

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Ato artístico-religioso em desagravo à decisão do Juiz Eugênio Rosa, da 17ª Vara de Justiça Federal, que não aceitou o pedido do MPF para retirar vídeos do Youtube que continham mensagens de intolerância contra religiões afro-brasileiras – candomblé e umbanda.

O ato acontecerá nesta próxima quarta, 21 de maio, a partir das 13h, na 17ª Vara de Justiça Federal – Av. Rio Branco, 243, Anexo II – 10º Andar – Centro do RJ.

A decisão em primeira instância, publicada no dia 1 de abril de 2014, dizia que “manifestações religiosas afro-brasileiros não se constituem religião”, porque elas não conteriam “traços necessários de uma religião, de acordo com um texto-base”, tais como a Bíblia para os cristãos ou o Alcorão para os islâmicos. O juiz ainda cita “ausência de estrutura hierárquica e ausência de um Deus a ser venerado.”…

A decisão em si é um ato de intolerância religiosa e racismo. As religiosidades não tem os mesmos referenciais de crianção, como texto escrito ou a hierarquização, o que não implica que não sejam religiosidades, e que precisam ser reconhecidas e respeitadas, na sua própria forma de manifestação ritual e organização.

“Nos excluir enquanto religiosos, é criar para toda comunidade de terreiro afro-descendente um grande constrangimento, é dar força ao preconceito em relação aos umbandistas e candomblecistas. Nossas crianças são alvo de chacota e humilhação nas escolas, nossa luta em prol da igualdade étnica também é ferida, pois a maior parte dos adeptos da Umbanda e Candomblé são negros. Se não temos uma “bíblia” é porque somos uma religião iniciática. Nenhum adepto que não seja iniciado pode ter acesso aos nossos fundamentos. É preciso ser iniciado para tal, ou seja, nosso ensinamento é passado após processo de iniciação dentro do culto. É um processo de aprendizagem prática e não por leitura. Há de se respeitar a forma como cada religião resolve entre si passar seus ensinamentos. É importante nos reconhecer por todos esses motivos que ainda são poucos diante de toda expressão, de todo legado que os negros outrora já tão oprimidos e escravizados, nos deixaram”, nos revela o texto de uma petição pública de assinatura online pelo reconhecimento do Candomblé e da Umbanda como religiões, que deverá ser encaminhado à Justiça Federal.

Enviada para Combate Racismo Ambiental por Ruben Siqueira.

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