Ronaldo Couto, Olhar Direto
Um comboio formado por quatro caminhões com vários soldados do Exército seguiu na manhã de hoje para a região de Alto Boa Vista, onde fica a reserva indígena Marãiwatsédé, dos índios xavantes, a antiga gleba Suiá- Missu. A presença do Exército integra parte do plano para evitar novas invasões na área de 164 mil hectares que pertencia [sic] aos agricultores e por decisão judicial passou a ser dos índios xavantes mesmo com protestos de mais de 14 municípios do Norte Araguaia. Diante do risco de novas invasões, o governo federal autorizou a permanência da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP), até a data de 11 de maio, na Terra Indígena Marãiwatsédé (antiga área de Suiá-Missu).
A nova ação de retirada dos agricultores, realizada no mês de março, provocou uma crise institucional para o governo federal. Segundo os produtores que ali residiam, houve uma promessa de indenização inclusive concessão de uma nova área para as 7 mil famílias despejadas da Suiá-Missu, onde já havia até um distrito com escola, posto de gasolina e comércio denominado Posto da Mata. Revoltados, os agricultores reclamam que foram abandonados pela presidente da Dilma, governador Silval Barbosa e deputados de Mato Grosso.
A ação de desocupação dos não índios de Marãiwatsédé teve início em agosto de 2012, atendendo decisão do Juízo da Primeira Vara de Cuiabá/MT, que determinou o prosseguimento da execução da sentença para efetuar a retirada dos não índios e garantir o usufruto exclusivo e a posse plena do povo xavante sobre a Terra Indígena Marãiwatsédé.