Exposição mostra terror implantado por ditaduras latino-americanas

Cerco ao Palácio de la Moneda, em Santiago
Cerco ao Palácio de la Moneda, em Santiago

Agência Senado – Prisões ilegais, tortura, morte e desaparecimento de pessoas. O terror implantado pelas ditaduras militares na América Latina, entre 1964 e 1990, e a narrativa dos “anos de chumbo” no Brasil serão tema de uma exposição que será aberta no Salão Negro do Congresso Nacional, na quarta-feira (19), às 18h30.

Promovida pela presidência do Senado e pelo gabinete do senador Pedro Simon (PMDB-RS), a exposição é produzida pelo Movimento de Justiça e Direitos Humanos (MJDH) e traz revelações inéditas em resgate histórico da luta contra os aparatos repressores oficiais e clandestinos que violaram a democracia e os direitos civis.

A intenção é levar à juventude informações, consciência e experimentação desse período conturbado e sangrento da história latino-americana, com a divulgação dos rostos de 366 vítimas da ditadura militar no Brasil, acompanhados de som ambiente com os nomes, idade, local e ano de desaparecimento dessas pessoas.

Depoimentos, fotografias, vídeos e documentos da época, todo o material foi garimpado em um minucioso trabalho de pesquisa que se estendeu por mais de um ano sobre os arquivos do MJDH e do Arquivo Público de São Paulo, no Brasil, e em Buenos Aires, na Argentina.

A mostra é organizada em cinco partes: Contexto Político Latino-Americano e Brasileiro; A Ditadura Militar no Brasil; O Movimento de Justiça e Direitos Humanos; O Processo de Transição Política no Cone Sul – Anistia/Redemocratização; e Políticas da Memória, que destaca o trabalhodas Comissões da Verdade em quatro países.

– Nós, brasileiros, temos uma grande dívida de memória histórica para com as novas gerações e precisamos criar uma consciência coletiva para mudar essa realidade de transição, que é interminável – afirma o ativista Jair Krischke, fundador e presidente do MJDH, de atuação decisiva para a sobrevivência de cerca de 2 mil perseguidos dos regimes militares no Cone Sul.

Krischke foi um dos escolhidos entre 32 finalistas de todo o país para receber a Comenda de Direitos Humanos Dom Helder Câmara, do Senado. Ele foi indicado à comenda pelo senador Pedro Simon. O título foi entregue em dezembro de 2011, em sessão solene em Brasília.

A exposição Movimento de Justiça e Direitos Humanos – Onde a Esperança se Refugiou ocorrerá de 20 de março a 13 de abril. O horário de visitação é das 9h às 17h, inclusive nos fins de semana, no Salão Negro do Congresso Nacional. A entrada é franca.

Enviada para Combate Racismo Ambiental por José Carlos.

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