Projeto GATI promove oficina de acompanhamento dos microprojetos nas Terras Indígenas Tupiniquim-Guarani e Caieiras Velhas II (ES)

Foto: Carlos Ferraz
Foto: Carlos Ferraz

Por: Andreza Andrade – FUNAI

O Projeto GATI realizou no dia 05/02, uma oficina de planejamento das atividades dos indígenas contemplados na chamada de apoio aos Microprojetos Indígenas, das Terras Indígenas (TI´s) Tupiniquim e Guarani e Caieiras Velhas II, ambas localizadas no estado do Espírito Santo.

A oficina teve como objetivo principal, apoiar os contemplados no planejamento das ações a serem realizadas no escopo do microprojeto, dentro de um cronograma de atividades. De acordo com Carlos Ferraz, colaborador do Projeto GATI para a região, a oficina também abordou temáticas que envolvem a valorização da agrobiodiversidade indígena local e sua importância para a qualidade de vida das comunidades. “Também falamos sobre a PNGATI (Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas), especialmente o Eixo 5, que enfatiza o usos sustentável de recursos naturais e iniciativas produtivas indígenas”, informou Ferraz. Também contribuíram com a oficina o servidor Bruno Weber, da Coordenação Técnica Local da Funai em Aracruz (ES) e Paulo Radaik, consultor técnico da empresa Kamboas de Consultoria Socioambiental, parceira da iniciativa e do Projeto GATI na região.

A iniciativa Tupiniquim e Guarani
“Microprojetos Indígenas” é uma categoria de financiamento do Projeto GATI que apoia iniciativas indígenas de práticas de gestão ambiental de beneficio coletivo das comunidades indígenas, tais como plantios agroflorestais demonstrativos, roças agroecológicas, viveiros de mudas, educação ambiental nas escolas, entre outros. O subsídio é de até quatro mil reais por iniciativa que deverá ser implementada em terra (s) indígena (s) localizada (s) nas áreas de referência do GATI. Cada terra indígena poderá ter até cinco iniciativas.

No caso das TI´s Tupiniquim e Guarani e TI Caeiras Velhas II, o microprojeto contemplado visa apoiar o fortalecimento da fruticultura de quintais nas duas TI´s, através do levantamento das formas de produção em quintais e o seu destino, mobilização comunitária e apoio logístico necessário para o fomento de técnicas agroecológicas e inclusão no mercado institucional como PPA (Programa de Aquisição de Alimentos) e PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar). Paulo Henrique e Valdir Almeida, ambos da etnia tupiniquim e o guarani Augusto Vaz foram os escolhidos por suas comunidades para estar à frente da execução da iniciativa. O Conselho Regional do Projeto GATI – Núcleo Regional Nordeste II, também referendou este microprojeto como ação prioritária para a região.

Valorizando a agrobiodiversidade Tupiniquim e Guarani
A iniciativa será implementada neste 1º semestre de 2014, podendo se estender para o 2º semestre. Sendo assim, o levantamento dos quintais será realizado em todas as oito aldeias das duas TI´s, com aplicação de um formulário que visa coletar dados para melhor compreensão das formas de produção, beneficiamentos, armazenamentos, usos (consumo e comércio) e desperdícios que ocorrem na fruticultura de quintais da região. Pretende-se também levantar o interesse das famílias indígenas entrevistadas em participar de um processo de fortalecimento e sustentabilidade da atividade, por meio de técnicas agroecológicas e inserção no mercado institucional e local.

E assim, a partir da melhor compreensão do funcionamento da produção, os Tupiniquim e Guarani envolvidos, junto com instituições parceiras, estarão planejando ações necessárias para garantir a sustentabilidade da atividade.

O formulário a ser aplicado foi elaborado e definido conjuntamente entre os participantes da oficina de planejamento. Para verificar a sua efetividade, um teste foi realizado num quintal da aldeia Caieiras Velhas, sugerido pelo tupiniquim Paulo Henrique. As expectativas foram alcançadas em relação ao método de abordagem dos entrevistadores e efetividade do formulário. O teste também apontou a ocorrência de 30 árvores frutíferas diversificadas num só quintal, confirmando assim, o grande potencial da agrobiodiversidade dessas terras indígenas.
Saiba mais:

O que é o Projeto GATI?
O Projeto Gestão Ambiental e Territorial Indígena – GATI, tem como objetivo principal o fortalecimento das práticas indígenas de manejo, uso sustentável e conservação dos recursos naturais e a inclusão social dos povos indígenas, consolidando a contribuição das Terras Indígenas como áreas essenciais para conservação da diversidade biológica e cultural nos biomas florestais brasileiros. O Projeto é uma realização conjunta entre o movimento indígena brasileiro, Fundação Nacional do Índio (Funai), Ministério do Meio Ambiente (MMA), The Nature Conservancy (TNC), Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e Fundo Mundial para o Meio Ambiente (GEF-Global Environment Facility).

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