Povo Munduruku enfrenta garimpeiros em seu território tradicional

mundurkuPor Resistência Indígena

A região é rica em recursos naturais e tem sido chamada de nova fronteira de expansão econômica do país.

Os Munduruku, no ano passado, foram a Brasília para pedir ao governo a expulsão dos mineiros de seu território e combater o garimpo ilegal. Mas…, devido à morosidade da justiça, que pode levar anos, resolveram, então, resolver a situação, retirando todos os mineiros envolvidos em garimpo de ouro ilegal. As lideranças Munduruku pediram o apoio da Fundação Nacional do Índio – Funai, que auxiliou com barcos e combustível. Em uma área tão grande a ser monitorada, uma operação como essa sem barcos e motores 40HP poderia levar meses, pois os garimpeiros usam aviões de motor único para o transporte de seus equipamentos e ouro dentro e fora da região.

Muitas vezes, ameaçando comunidades indígenas ou fazendo acordos individuais com algumas das lideranças indígenas, os garimpeiros vêm explorando o povo Munduruku há décadas. Isto fica evidente, a partir das grandes clareiras já comuns na floresta e nos rios contaminados na bacia do rio Tapajós.

A crença Munduruku de um jabuti que, obstinadamente, persegue e captura seu maior inimigo, a anta, é considerada em comparação à luta contra os garimpeiros. Assim, como na estória, em que o oponente, a anta, é muito maior e mais rápida que o jabuti, muito embora menor e em grande desvantagem, a perseverança faz toda a diferença. E é por isso que na pintura corporal do povo Munduruku pode-se perceber em seus traços a carapaça de um jabuti.

As lideranças Munduruku continuarão a fazer a ronda em seu território, apesar das inúmeras ameaças de morte que recebem dos garimpeiros, principalmente por Tubaina, dono de garimpo ilegal. Esta figura misteriosa é amplamente temida. Os parentes acreditam que Tubaína tem um grupo de pistoleiros fortemente armados sob o seu comando. Portanto, o clima é tenso na região, uma vez que os parentes Munduruku foram informados de que há uma lista de seus principais líderes marcados para morrer, e que na cidade de Jacareacanga há muitos rumores de que os mineiros, indignados com as ações dos parentes, estão planejando um covarde ataque.

Um dos líderes do povo Munduruku, o parente Paigomuyatpu, ao se referir às ameaças, disse: “Não tenho medo, porque mesmo que esteja sozinho, os espíritos guerreiros de meus ancestrais me acompanham”.

Os garimpeiros não são a maior ameaça para o povo Munduruku, pois também estão ameaçados pela construção de uma série de barragens nas bacias dos rios Tapajós e Teles Pires. Estas barragens vão mudar drasticamente o modo de vida dos parentes Munduruku, inundando parte do seu território e aldeias, tendo suas vidas drástica e inevitavelmente impactadas por esses projetos no meio da floresta Amazônica, segundo alguns, patrimônio da humanidade.

Deixe um comentário

O comentário deve ter seu nome e sobrenome. O e-mail é necessário, mas não será publicado.